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quinta-feira, 20 fevereiro 2025 07:48

Diálogo político: Daniel Chapo continua a ignorar Venâncio Mondlane na solução da crise

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Contra todas as expectativas e apelos vindos de dentro e de fora do partido Frelimo, o Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, continua a ignorar e a excluir o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane da mesa do diálogo político com vista a pôr fim à crise política pós-eleitoral instalada no país desde fim de Outubro passado.

 

Esta quarta-feira, o Chefe de Estado voltou a reunir os líderes políticos do PODEMOS, Renamo (representado por Ivone Soares), MDM (Movimento Democrático de Moçambique) e da Nova Democracia, em mais uma ronda de conversações entre o Presidente da Frelimo e os líderes dos partidos com assento parlamentar.

 

No fim do encontro, Daniel Chapo anunciou a integração de mais quatro partidos na mesa do diálogo, nomeadamente, os Partidos Revolução Democrática (RD); Humanitário de Moçambique (PAHUMO); de Renovação Social (PARESO); e de Reconciliação Nacional (PARENA).

 

“Achámos que era importante incluir estes partidos políticos porque já temos aqui o Partido Nova Democracia, com 16 mandatos na autarquia do Gúruè, província da Zambézia, que participa neste diálogo, e achámos que era importante a inclusão destes partidos com representação nas Assembleias Provinciais no próximo encontro que teremos”, justificou Chapo, em conferência de imprensa sem direito a perguntas.

 

Segundo Daniel Chapo, a inclusão destes partidos, que conquistaram assentos nas Assembleias Provinciais do Niassa, Cabo Delgado, Inhambane e Gaza, reforça o compromisso do diálogo com a representatividade e a construção de um consenso alargado para questões fundamentais do país.

 

“Achamos que a melhor solução para encontrar esta estabilidade económica, política e social do país é o diálogo, e este diálogo deve começar pelas plataformas partidárias com representação na Assembleia da República, Assembleia Provincial e Assembleias Municipais”, afirmou, antes de repetir que o mesmo será depois alargado a outros estratos sociais, sobretudo organizações da sociedade civil, académicos, religiosos, sector privado e líderes comunitários.

 

Na declaração feita à imprensa após o encontro, o nome de Venâncio Mondlane voltou a não ser citado como parte da solução da crise que se vive no país desde Outubro passado, sobretudo na região sul, onde diariamente se assiste a um festival de bloqueio de estradas, vandalização de infra-estruturas públicas e privadas e à humilhação da Polícia da República de Moçambique.

 

Desde a sua tomada de posse, a 15 de Janeiro último, Daniel Francisco Chapo ainda não clarificou se vai ou não sentar com Venâncio Mondlane que, nas contas do Conselho Constitucional, é o segundo candidato mais votado das eleições presidenciais de 09 de Outubro.

 

Mondlane, que vem reclamando vitória no escrutínio, é o rosto da maior crise pós-eleitoral da história do país, tendo convocado, a partir do exterior e com recurso às redes sociais, uma série de manifestações entre Outubro e Janeiro passado, que saldaram na morte de pelo menos 350 pessoas (na sua maioria assassinadas pela Polícia) e na destruição de diversas infra-estruturas públicas e privadas. (Carta)

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