O segundo candidato presidencial mais votado nas eleições gerais de 09 de Outubro, Venâncio Mondlane, ou VM7, acusou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, que vai estar presente na tomada de posse de Daniel Chapo, de “enganar os moçambicanos”, elogiando o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, por não comparecerem na solenidade.
“O que me admira é [Paulo Rangel] dar uma entrevista em que diz que tem mantido contactos discretos [para ajudar a resolver a crise pós-eleitoral em Moçambique]. Ele não pode, de forma absolutamente nenhuma, enganar os moçambicanos e os portugueses”, afirmou Mondlane, numa “live” em que reage à presença do chefe da diplomacia portuguesa na cerimónia de tomada de posse do novo Presidente da República de Moçambique.
Aquele político moçambicano acusou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal de ser “descortês e ríspido”, assinalando que já o tratou como “populista”.
“É um ministro que sempre se posicionou de forma muito ríspida, de forma extremamente descortês, já me chamou populista, todo o tipo de nomes”, avançou Venâncio Mondlane.
Na “live”, Mondlane fez “uma vénia” e “uma continência” a Marcelo Rebelo de Sousa e a Luís Montenegro por não comparecerem à cerimónia de tomada de posse do Presidente eleito, Daniel Chapo, qualificando o acto de “uma vergonha”.
Na última quinta-feira, o segundo candidato presidencial mais votado nas eleições gerais de 09 de Outubro “auto-empossou-se” como “presidente eleito pelo povo e não pelo Conselho Constitucional”, reiterando a contestação aos resultados do escrutínio.
Moçambique atravessa uma grave crise política causada pela contestação da oposição aos resultados das eleições gerais de 09 de Outubro, marcada por manifestações que resultaram numa repressão brutal da polícia e saques e destruição de bens públicos e privados por manifestantes.
Mais de 400 pessoas morreram e outras centenas ficaram feridas, como resultado da violência policial e dos tumultos, de acordo com vários relatórios.
Os protestos têm sido promovidos por Venâncio Mondlane, segundo candidato presidencial mais votado. (Carta)