A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado alega que as manifestações de quarta e sexta-feira, em Pemba, foram lideradas por indivíduos infiltrados e não propriamente por membros do PODEMOS e apoiantes do Venâncio Mondlane. A PRM justifica a sua posição recorrendo ao facto de as manifestações terem sido muito violentas.
O porta-voz da corporação em Cabo Delgado, Aniceto Magome, anotou que maior parte, se não todos os manifestantes que estiveram na linha de frente das manifestações em Pemba, eram provenientes de outros pontos do país, como é o caso da vizinha província de Nampula.
"Assumimos que esta conduta não é de membros ou simpatizantes do PODEMOS, tendo em conta que nós temos uma boa cooperação com aquela formação política desde o início das manifestações. Contudo, a situação foi diferente, com os manifestantes colocando barricadas e queimando pneus. Aparentemente, indivíduos à revelia do partido PODEMOS fizeram-se à rua sem um itinerário previamente definido, com uma grande margem de violência, situação que obrigou a intervenção das autoridades", disse Aniceto Magome, confirmando que além da cidade de Pemba, as manifestações também tiveram lugar na cidade de Montepuez e no distrito de Metuge.
Singano Assane, Coordenador do Podemos em Cabo Delgado, também se distanciou dos manifestantes e acredita que a vandalização não concretizada feita por membros daquela formação política. "Estamos a notar uma infiltração aqui em Cabo Delgado porque temos terroristas aqui na província e do jeito como se manifestaram faz-nos crer que são pessoas que vieram de outras províncias e de outros lugares que não podemos revelar", explicou.
No caso do distrito de Metuge, os manifestantes puseram barricadas e pneus na estrada Pemba/ cruzamento de Salaúe (Silva Macua), impedindo a circulação de pessoas e viaturas. Devido à situação, muitos carros que saíram de Cabo Delgado, Nampula e de outros pontos não chegaram a Pemba e os que saíram desta cidade tiveram que recuar em Impiri.
Lembre que além da destruição da estátua do proeminente antigo combatente Alberto Joaquim Chipande e das sedes administrativas municipais de Paquitequete, Alto Gingone, Mahate, foram igualmente vandalizadas as sedes dos comités das zonas de Natite e Cariacó. (Carta)