Quatro jovens foram mortos a tiro hoje pela Unidade de Intervenção Rápida (UIR) em
vários pontos da cidade de Nampula, numa altura em que Namiepe, no bairro de
Namicopo, está sob fogo cruzado e com cheiro à pólvora.
Inicialmente, o Hospital Central de Nampula (HCN) confirmou um morto, entre os 16
feridos que deram entrada naquela unidade sanitária, mas de repente o número subiu
para quatro, depois de outras “execuções sumárias” levadas a cabo pela UIR.
As mortes ocorreram na sequência das manifestações convocadas pelo candidato
presidencial Venâncio Mondlane, em repúdio aos resultados eleitorais. Os feridos que
deram entrada no HCN foram alvejados pela Unidade de Intervenção Rápida (IUR), nas
avenidas do Trabalho, Paulo Samuel Kankomba e Eduardo Mondlane.
A UIR disparou contra os jovens e instituições privadas, tendo alvejado 16 indivíduos,
deixando-os à sua própria sorte. Entretanto, os manifestantes não se renderam e
continuaram com os seus protestos, alguns sem roupa, fazendo “rally” com as suas
motorizadas e gritando: VM7.
Uma ronda pelas avenidas da cidade de Nampula, nesta quarta-feira (04), início da
quarta fase da quarta etapa das manifestações, vulgo 4x4, permitiu constatar que,
quando eram pontualmente 8h00, os manifestantes também colocaram barricadas e
queimaram pneus em Murrapaniwa.
Os jovens portavam dísticos, exigindo a reposição da verdade eleitoral e a solução dos
problemas que assolam o País. O movimento de protesto também era acompanhado
por apitos, “vuvuzelas”, encerramento das vias principias que dão acesso à cidade,
como é o caso das avenidas FPLM, do Trabalho, Samora Machel, Paulo Samuel
Kankomba, Eduardo Mondlane, obrigado os automobilistas a usarem vias alternativas
para a circulação.
As ''portagens'' ocasionais foram montadas em quase todos os bairros da cidade de
Nampula, condicionando desta forma o trânsito. E a UIR, à paisana, circula em todos os
cantos. (Carta)