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quarta-feira, 22 maio 2024 07:20

Caso Caifadine Manasse: Político reitera que processo não abala Frelimo

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O deputado Caifadine Manasse, membro do Comité Central da Frelimo e antigo porta-voz do partido no poder, voltou ontem à Procuradoria-Geral da República (PGR) para ser ouvido pelos procuradores do Ministério Público acerca dos processos de calúnia e difamação abertos contra 26 membros daquela formação política.

 

Desta vez, a audição destinava-se ao processo autónomo aberto pela PGR contra três membros da Frelimo em torno do caso que, há mais de um ano, divide o político e seus “camaradas” da Zambézia. Os novos arguidos do “caso Caifadine” são Hélder Injojo (Primeiro Vice-Presidente da Assembleia da República), Gregório Gonçalves e o jornalista Salomão Moyane.

 

Os três nomes foram arrolados por Caifadine Manasse durante a sua primeira audição na PGR, ocorrida em Agosto de 2023, e juntam-se a uma lista inicial composta por 23 deputados, todos do Círculo Eleitoral da Zambézia, incluindo Damião José, membro da Comissão Política e antigo porta-voz do partido.

 

Em declarações aos jornalistas, à saída da audição, Caifadine Manasse reiterou que o processo não abala o partido, na medida em que foi aberto por um cidadão com direitos constitucionais e visa também cidadãos com responsabilidades.

 

“O processo não vai beliscar o trabalho partidário. Este é um processo de Caifadine Manasse, um cidadão moçambicano que tem valores e direitos constitucionais e processou pessoas com nomes e que fazem parte de um órgão de soberania e tem valores e responsabilidades. O partido Frelimo não é tocado por esta situação, porque o povo moçambicano sabe que cada cidadão tem responsabilidade pelos actos que comete”, defendeu.

 

O deputado diz estar feliz pelos passos que estão a ser dados pela PGR, apesar de sentir alguma demora. “Sentimos demora porque estamos ávidos para que a justiça seja feita, mas também ficamos felizes porque os passos estão a ser dados. Hoje fomos dar mais esclarecimentos em torno deste processo que parece um processo pequeno, mas que toca com a minha imagem e qualquer um que pugna seu bom nome”, sublinhou.

 

Lembre-se que Caifadine Manasse acusa os 26 membros da Frelimo, dos quais 24 deputados, de terem ofendido a sua honra e o seu bom nome, depois destes alegadamente terem imputado a si, de forma pública e consciente, as alegações do envolvimento do deputado Hélder Injojo no tráfico de drogas, na província da Zambézia.

 

A acusação, submetida à PGR no dia 31 de Maio de 2023, baseia-se no Informe dos deputados da Frelimo, eleitos pelo Círculo Eleitoral da Zambézia, apresentado no decurso da IIª Sessão Ordinária do Comité Provincial da Zambézia.

 

O documento em causa dizia: “no decurso da VI Sessão Ordinária da Assembleia da República, o Círculo Eleitoral constatou com tristeza a tentativa de assassinato de carácter, imagem e bom nome do Camarada Hélder Injojo, Vice-Presidente da Assembleia da República, ao ser associado ao narcotráfico. Sobre esta matéria, o Círculo Eleitoral tem evidências de que o Camarada Caifadine Manasse foi o autor do conluio, facto que fez com que o Círculo Eleitoral submetesse o seu desapontamento à Direcção do Partido na Província”.

 

No entanto, à saída da sua primeira audição, Caifadine Manasse disse estar a ser vítima de cabala dos seus “camaradas” e negou qualquer possibilidade de negociação de paz com os “arguidos”. “Eu vim à Procuradoria-Geral da República à busca de justiça e, se justiça é ir até ao julgamento, o processo irá até ao julgamento. Não tenho que avançar com negociações porque, na verdade, é uma cabala que envolve camaradas, irmãos, e se eles se sentirem que, de facto, fizeram mal, eles podem procurar-me para negociar. Se sentirem que não fizeram mal, então vão trazer as provas das acusações que fizeram”, assegurou.

 

Refira-se que, segundo o advogado de Caifadine Manasse, Custódio Duma, o processo corre com normalidade, havendo arguidos já acusados, faltando arrancar a fase do contraditório. (Carta)

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