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quarta-feira, 18 outubro 2023 06:36

Eleições 2023: Polícia de Choque, blindados e cães “assaltam” STAE

Aumenta a escalada da tensão política em Moçambique, seis dias depois da realização, nos 65 municípios do país, das VI Eleições Autárquicas, que dão vitória ao partido Frelimo em 64 autarquias, sendo que a autarquia da Beira continua nas mãos do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

 

Esta terça-feira, a Polícia da República de Moçambique (PRM) destacou mais de duas dezenas de agentes, entre membros da Polícia de Protecção (PP), da Unidade de Intervenção Rápida (Polícia de Choque), do Grupo de Operações Especiais (franco atiradores) e da Unidade Canina para manter a segurança da sede nacional do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), em Maputo.

 

Para além dos seus agentes, fardados e armados até aos dentes, a PRM alocou um blindado e perto de uma dezena de cães e cinco viaturas de patrulha, colocadas nos principais acessos do edifício do STAE. A estreia da “militarização” dos órgãos eleitorais foi testemunhada ontem pelos jornalistas, durante a conferência de imprensa convocada para tornar público o estágio do apuramento dos resultados eleitorais.

 

Oficialmente, são desconhecidas as razões da alocação daquele aparato policial aos órgãos de administração eleitoral, mas “Carta” sabe que visa impedir uma eventual invasão por parte dos membros e simpatizantes dos partidos políticos da oposição, em particular da Renamo. Lembre-se que iniciaram, ontem, na capital do país, as manifestações de repúdio à “fraude eleitoral”, denunciada pela “perdiz” em quase 20 autarquias do país, com destaque para as cidades de Maputo, Matola, Vilankulo, Moatize, Quelimane, Nampula, Nacala-Porto, Angoche e Cuamba.

 

A militarização dos órgãos eleitorais, sublinhe-se, segue à militarização das ruas da capital do país, em particular as que se localizam nas proximidades da Presidência da República e do Palácio da Ponta Vermelha, onde os agentes da Casa Militar (guarda presidencial) são vistos, há mais de cinco dias, munidos de metralhadoras nos passeios (a cada cinco metros) e nos telhados das residências vizinhas.

 

No último fim-de-semana, refira-se, os agentes da Polícia de Choque inundavam, igualmente, as principais avenidas da capital do país, em particular as Avenidas da Marginal, Eduardo Mondlane, 24 de Julho, Kenneth Kaunda e Julius Nyerere. (A. Maolela)

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