Está muito longe o desejo dos moçambicanos em ter acesso à água potável. Dados do Balanço do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado, referente ao 1º Semestre de 2023, publicado há dias pelo Ministério da Economia e Finanças, ilustram que o Governo não irá cumprir a meta de construir 1.474 fontes de água, programadas para o ano de 2023.
De acordo com o documento, até 30 Junho passado, o Executivo de Filipe Jacinto Nyusi tinha construído apenas 241 fontes de água, o correspondente a 0,84% do plano anual. A fonte revela ainda haver províncias que, nos primeiros seis meses de 2023, não testemunharam a execução do referido plano.
Na província de Tete, por exemplo, o Governo planificou a construção de 135 fontes de água, mas até 30 de Junho, sequer uma tinha sido erguida. Situação idêntica se verifica em Maputo, onde está programada a construção de 15 fontes de água. A província da Zambézia foi a única a registar dados invulgares: a construção de 107 furos de água, enquanto o Plano prevê a construção de apenas oito. Isto é, a meta foi cumprida em 664,29%.
O sector de águas não é o único que não poderá cumprir as suas metas. O sector da educação também poderá não cumprir o seu plano de construir 406 salas de aulas, no ensino primário. Até 30 Junho último, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano havia erguido 86 salas de aulas, uma realização de 21%.
Tal como no sector das águas, na educação há províncias em que sequer foi erguida uma sala de aulas durante os primeiros seis meses do ano, nomeadamente, Zambézia, Sofala, Cidade de Maputo e Inhambane.
Na província de Sofala, o Governo programou construir 116 salas de aulas, mas até ao fecho do primeiro semestre, nenhuma sala tinha sido erguida. Na Zambézia, foram programadas 60 salas de aulas, enquanto em Inhambane e Cidade de Maputo foram planificadas 11 e 10 salas de aulas, respectivamente.
Refira-se que, em 2018, o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, lançou o Programa de Água para a Vida (Pravida), com o objectivo de melhorar o abastecimento de água potável no país, porém, os resultados são pouco visíveis. (Carta)