Quando faltam pouco mais de dois meses para a realização das VI Eleições Autárquicas, a terem lugar no próximo dia 11 de Outubro, a Frelimo desdobra-se à busca de fundos para financiar a sua campanha eleitoral, nas 65 autarquias do país.
Tal como acontece em todos os anos eleitorais, na próxima sexta-feira, 11 de Agosto de 2023, o partido no poder vai organizar uma “gala milionária”, na sua Escola Central, no Município da Matola, província de Maputo. O evento vai iniciar pelas 19:00 horas e promete muita música, dança e alegria, mas também promete gerar muito dinheiro.
Informações recolhidas pela “Carta” indicam que os lugares são limitados e que o acesso é feito mediante a compra de bilhetes, cujos preços variam entre 10.000,00 e 250.000,00 Meticais. Pelo meio, diga-se, há também bilhetes de 25.000,00 Meticais, 50.000,00 Meticais e 100.000,00 Meticais.
A promoção da gala está a ser feita em círculos restritos, com os sports publicitários a serem enviados a membros e empresários devidamente identificados. O evento irá juntar membros do partido de todo o país, pelo que cada província foi orientada a realizar a sua campanha.
Na província de Sofala, por exemplo, “Carta” apurou que a campanha está a ser coordenada por Tânia Bulha, filha de Lourenço Bulha e Delegada das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) naquele ponto do país.
Refira-se que esta tem sido uma prática recorrente do partido Frelimo em anos eleitorais, tal como em anos de realização do Congresso. Trata-se de eventos em que, para além de angariar fundos através da venda bilhetes, a Frelimo arrecada milhões de Meticais com a venda, em forma de leilão, de artigos com símbolos do partido.
Em 2019, por exemplo, Miguel Matabele, então PCA da empresa pública Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), comprou uma camisa autografada por Filipe Jacinto Nyusi a 8 milhões de Meticais, uma compra que levantou sérias questões sobre probidade. Em 2014, chegou-se a vender, a 500 mil Meticais, lugares nas mesas em que sentava Filipe Nyusi, então candidato presidencial. Entretanto, os valores arrecadados nunca foram divulgados. (A.M.)