Continua no segredo dos “deuses” o conteúdo do Relatório de Inquérito sobre as alegações de corrupção no Tribunal Administrativo, órgão de soberania responsável pela auditoria das contas públicas e fiscalização dos contratos de empreitada de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços.
Esta quarta-feira, 02 de Agosto de 2023, contabilizam-se 63 dias, desde que o órgão liderado por Lúcia Fernanda Buinga Maximiano do Amaral anunciou ter concluído a investigação das alegações que pesam sobre o Contador-Geral da Contadoria de Contas e Auditoria, Jeremias Zuande, acusado de liderar um esquema de venda de processos de auditoria.
De acordo com o comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, a 31 de Maio último, o documento foi submetido à direcção do Tribunal Administrativo para apreciação, porém, até hoje, não há qualquer informação sobre a data da sua publicação.
“O relatório [de inquérito] produzido está, neste momento, em apreciação [pela direcção do Tribunal] e serão oportunamente definidos e adoptados os passos que se mostrarem adequados ao tratamento a dar, em conformidade com a natureza das matérias apuradas”, explica o comunicado.
Lembre-se que as alegações de corrupção contra Jeremias Zuande, denunciadas por um grupo de funcionários da instituição a 29 de Janeiro, estiveram em investigação durante três meses. Em comunicado de imprensa, o Tribunal Administrativo justificou que a demora, na conclusão do Relatório, se deveu à prorrogação do prazo, por duas vezes, “visando o conhecimento, esclarecimento e tratamento das questões suscitadas”.
Refira-se que, entre as questões levantadas na denúncia interceptada pela “Carta”, está a alegada viciação de relatórios de auditoria às contas da Assembleia da República e do Conselho Municipal da Cidade da Matola. (Carta)