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segunda-feira, 31 julho 2023 07:08

Eleições Autárquicas: Zambézia será segundo campo de batalha política no dia 11 de Outubro

edilidade quelimane

Depois de analisar o cenário político-eleitoral a ser testemunhado nas VI Eleições Autárquicas em 14 autarquias da zona norte do país, “Carta” centra as atenções nas restantes 17 autarquias que serão campos de batalha no próximo dia 11 de Outubro.

 

A província da Zambézia, a segunda mais populosa do país, apresenta-se como o segundo campo de batalha eleitoral, depois da província de Nampula. Na Zambézia, existem sete autarquias, das quais uma foi criada em 2022, concretamente, a vila-sede do distrito de Morrumbala. Em 2018, a Frelimo ganhou em cinco municípios, enquanto a Renamo venceu um, a cidade de Quelimane.

 

No segundo maior círculo eleitoral do país, a cidade de Quelimane surge como o primeiro palco de batalhas eleitorais. Quelimane é gerida pela oposição desde 2011, quando Manuel de Araújo, então candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), venceu as eleições intercalares com 62% do total dos votos.

 

Em 2018, a Renamo venceu as eleições com 59,17% dos votos, que lhe conferiram 24 mandatos, contra 36,09% da Frelimo, que conseguiu 15 mandatos. O MDM conseguiu um mandato, depois de amealhar 4,07% dos votos. Manuel de Araújo foi reconduzido para mais um mandato de cinco anos, desta vez pela Renamo, depois de ter abandonado o MDM em Julho daquele ano.

 

Para as próximas eleições, a autarquia de Quelimane tem disponíveis 40 mandatos, depois de ter recenseado 130.691 eleitores. Concorrem para a presidência daquele município o actual Edil, Manuel de Araújo, pela Renamo; o músico Lourenço Abdul Gani, pela Frelimo; e Bruno Dramusse, do MDM.

 

A cidade de Mocuba, principal corredor logístico da província da Zambézia, é outra autarquia de maior interesse político. Considerada estratégica para o controlo dos negócios, Mocuba é gerida pela Frelimo e é tida como um dos bastiões do partido no poder a nível daquela província. No entanto, em 2018, a Frelimo venceu as eleições com 50,37% dos votos, que permitiram ter 20 mandatos, enquanto a Renamo conseguiu 45,90%, tendo conquistado 18 mandatos. O MDM teve um mandato, fruto de 2,64% dos votos.

 

No dia 11 de Outubro estarão em disputa 39 mandatos e são esperados 86.669 eleitores. O MDM aposta em Yahaya Canana, enquanto a Frelimo trocou Geraldo Sotomane por Manuela de Jesus Opincai. A Renamo vai à batalha com Fernando Pequenino.

 

Gúruè, conhecida mundialmente como a cidade do chá, também entra na lista das autarquias que poderão testemunhar verdadeiras batalhas políticas. Entre 2013 e 2018, a cidade esteve sob gestão do MDM, quando Orlando Janeiro venceu o escrutínio (repetido) com 55% dos votos. Em 2018, passou para as mãos da Frelimo, que venceu com 51,18% dos votos, tendo conquistado 16 mandatos, contra 43,93% do MDM, que conseguiu 14 mandatos e a Renamo ficou com um mandato, depois de somar 4,89% dos votos.

 

Refira-se que Gúruè foi a única autarquia onde o MDM conseguiu estar em frente da Renamo em autarquias ganhas pela Frelimo em 2018. Igualmente, é uma das duas autarquias onde a Renamo esteve em terceiro lugar, a par da cidade da Beira, ganha pelo MDM.

 

No entanto, a saída de Orlando Janeiro, que trocou o MDM pela Nova Democracia (ND), eleva as expectativas em torno da capacidade do MDM em manter a sua sobrevivência naquela autarquia. Lembre-se, por exemplo, que, em 2018, quando Manuel de Araújo trocou o MDM pela Renamo, o partido do “galo” perdeu a sua popularidade na cidade de Quelimane.

 

Para as eleições de 11 de Outubro, concorrem para o cargo de Edil de Gúruè Teixeira Natoto, do MDM; José Fernando, da Frelimo; Manteiga Bulaisse, da Renamo; e Orlando Janeiro, da ND. Em disputa, estarão 39 mandatos e são esperados nas urnas 64.210 eleitores. Sublinhar que Gúruè é um dos municípios onde a oposição denunciou o registo ilícito de eleitores.

 

A vila de Alto-Molócuè, que se localiza na região limítrofe com a província de Nampula, é outro ringue político. Gerida pela Frelimo, a vila de Alto-Molócuè foi palco dos maiores teatros eleitorais em 2018, em que a diferença de votos entre o primeiro e o segundo classificado foi inferior a 1%. Aliás, é das autarquias onde a Frelimo ganhou o escrutínio nos últimos segundos de contagem e apuramento dos resultados.

 

Dados da Comissão Nacional de Eleições (CNE) indicam que a Frelimo venceu as eleições com 47,77% dos votos, contra 47,14% conseguidos pela Renamo. Os dois partidos conquistaram 10 mandatos, enquanto o MDM ganhou um, depois de obter 5,08% dos votos.

 

No dia 11 de Outubro, os três partidos voltam a disputar 21 mandatos, numa autarquia onde foram registados 37.304 eleitores. Concorrem para o cargo de Presidente do Conselho Municipal Tomás Muananyale, da Frelimo; André Manuel Txetxema, do MDM; e Otílio Munhequele, da Renamo.

 

Os outros municípios de interesse a nível da província da Zambézia são: Milange e Maganja da Costa, ambos geridos pela Frelimo. Em Maganja da Costa, a Frelimo venceu, em 2018, com 52,67% dos votos (sete mandatos), contra 41,73% da Renamo (seis mandatos), enquanto na vila de Milange ganhou com 56,87% (10 mandatos), contra 40,56% da Renamo (sete mandatos).

 

Para as próximas eleições autárquicas, Milange tem 21 mandatos, que resultaram do registo de 36.180 eleitores, enquanto Maganja da Costa terá 17 mandatos, frutos do recenseamento de 20.699 eleitores. Concorrem para o cargo de Edil de Milange, Felisberto Mvua (da Frelimo), Lucas Mpepo (do MDM) e Enoque Zaqueu (Renamo), enquanto para Maganja da Costa estarão no ringue o deputado Eduardo Ladria (Renamo) e o actual Edil, Virgílio Dinheiro (Frelimo). Ainda não é conhecido o cabeça-de-lista do MDM para este município. (A. Maolela)

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