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quinta-feira, 20 julho 2023 06:45

Terrorismo: PGR só conseguiu identificar sete estrangeiros (todos tanzanianos)

Cabodelgada terror min 1Da lista de terroristas publicada semana finda pela Procuradoria-Geral da República (PGR), salta à vista a presença de apenas sete cidadãos estrangeiros (dos 43 insurgentes identificados pelas autoridades moçambicanas), todos do sexo masculino e de nacionalidade tanzaniana. Trata-se de Abdala Hemede, Abu Yasir Hassan, Adamu Nhaugwa, Chafim Mussa, Juma Nchenga Ija, Mohamed Salimo e Saide Assumane, grande parte natural da região semi autónoma de Zanzibar.

 

De acordo com a lista publicada pela PGR no Boletim da República (I SÉRIE-Número 133, de 12 de Julho de 2023), dos terroristas tanzanianos identificados, seis foram acusados, julgados e condenados, com a excepção de Abu Yasir Hassan. A PGR afirma que Abu Yasir Hassan é um dos líderes do autoproclamado Estado Islâmico, em Moçambique.

 

“Tornou-se o líder da seita extremista islâmica e grupo rebelde em Moçambique, por volta de Outubro de 2017. Sua força juntou-se ao Estado Islâmico por volta de 2018/2019”, explica a PGR, sublinhando que, em Março de 2021, foi designado Terrorista Global Especialmente Designado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.

 

Abdala Hemede, pescador de 33 anos de idade, foi acusado, julgado e condenado, em Abril de 2018, por prática dos crimes de homicídio qualificado, uso de armas proibidas, associação para delinquir, contra ordem e tranquilidade pública, contra segurança de Estado, Instigação Pública, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 19 anos e 6 meses de prisão.

 

Por sua vez, Adamu Nhaugwa, um vendedor informal de 16 anos de idade, foi acusado, julgado e condenado, em Dezembro de 2018, por crime de homicídio qualificado, crime hediondo e armas proibidas, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 24 anos de prisão.

 

Já Chafim Mussa, pescador de 22 anos de idade, foi acusado, julgado e condenado, em Dezembro de 2018, por crime de homicídio qualificado, crime hediondo e armas proibidas, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 24 anos de prisão.

 

Juma Nchenga Ija, pescador de 28 anos de idade, foi acusado, julgado e condenado, em Abril de 2018, por prática dos crimes de homicídio qualificado, uso de armas proibidas, associação para delinquir, contra ordem e tranquilidade pública, contra segurança de Estado, instigação pública, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 16 anos e 6 meses de prisão.

 

Por seu turno, Mohamed Salimo, também pescador, de 29 anos de idade, foi acusado, julgado e condenado, em Abril de 2018, por prática dos crimes de homicídio qualificado, uso de armas proibidas, associação para delinquir, contra ordem e tranquilidade pública, contra segurança de Estado, Instigação Pública, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 19 anos e 6 meses de prisão.

 

Enquanto isso, Saide Assumane, um vendedor informal de 28 anos de idade, foi acusado, julgado e condenado, em Junho de 2019, por prática de crime de terrorismo, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 18 anos de prisão.

 

Cinco mulheres entre a lista de terroristas identificados pela PGR

 

Para além de cidadãos tanzanianos, a lista divulgada pela PGR inclui cinco cidadãs moçambicanas, com idades compreendidas entre 16 e 30 anos, todas naturais da província de Cabo Delgado. 

 

A primeira da lista é Alima Chafim, camponesa de 30 anos de idade, natural de Macomia, que foi acusada, julgada e condenada, em Abril de 2018, por prática dos crimes de homicídio qualificado, uso de armas proibidas, associação para delinquir, contra ordem e tranquilidade pública, contra segurança de Estado, Instigação Pública, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 19 anos e 6 meses de prisão.

 

Ana Vasco, camponesa de 22 anos de idade, é uma das terroristas identificadas pela PGR. Ela é natural de Mueda e foi acusada, julgada e condenada, em Abril de 2018, por prática dos crimes de homicídio qualificado, uso de armas proibidas, associação para delinquir, contra ordem e tranquilidade pública, contra segurança de Estado, Instigação Pública, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 19 anos e 6 meses de prisão.

 

Já Auage Dade, desempregada de 25 anos de idade, natural de Mocímboa da Praia, foi acusada, julgada e condenada, em Abril de 2018, por prática dos crimes de homicídio qualificado, uso de armas proibidas, associação para delinquir, contra ordem e tranquilidade pública, contra segurança de Estado, Instigação Pública, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 19 anos e 6 meses de prisão.

 

Por sua vez, Benedita Bicueli, camponesa de 16 anos de idade, natural de Montepuez, foi acusada, julgada e condenada, em Abril de 2018, por prática dos crimes de homicídio qualificado, uso de armas proibidas, associação para delinquir, contra ordem e tranquilidade pública, contra segurança de Estado, Instigação Pública, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 8 anos.

 

Fátima Zauia, camponesa de 18 anos de idade, também natural de Macomia, foi acusada, julgada e condenada, em Abril de 2018, por prática dos crimes de homicídio qualificado, armas proibidas, associação para delinquir, contra ordem e tranquilidade pública, contra segurança de Estado, Instigação Pública, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 12 anos de prisão.

 

Refira-se que a lista publicada pela PGR inclui jovens oriundos de diferentes distritos costeiros da província de Nampula, assim como terroristas de apenas 16 anos de idade, naturais de diferentes distritos da província de Cabo Delgado. Igualmente, fazem parte da lista dois indivíduos com 55 anos de idade e um membro das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, de 32 anos de idade. (A. Maolela)

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