O Governo Provincial do KwaZulu-Natal tomou a decisão de retomar a construção de um muro de betão ao longo da fronteira da África do Sul com Moçambique para estancar o roubo de veículos e a circulação de mercadorias ilícitas. A barreira de betão será construída entre o distrito de uMkhanyakude e a fronteira de Moçambique.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro do KZN, Nomusa Dube-Ncube, durante o discurso sobre o Estado da Província. Dube-Ncube disse semana finda que as operações de combate ao crime serão intensificadas na província, com enfoque aos crimes transfronteiriços, justificando que maior parte do contrabando de veículos roubados ocorre ao longo da fronteira com Moçambique, da qual KwaZulu-Natal partilha uma parte importante.

Após a rescisão do anterior empreiteiro, o Conselho provincial anunciou que o Departamento de Transporte avaliou o status do projecto e desenvolveu um cronograma para a retoma do muro de betão para o combate ao crime. O Conselho disse que continua decidido a lutar contra criminosos em busca da segurança e justiça na província e além de suas fronteiras.

A criminalidade descarada no norte de KwaZulu-Natal custou a vida de dois proeminentes activistas, Judah Mthethwa e Sandile Tembe, que lideravam a luta contra o crime transfronteiriço. Ambos foram baleados por assaltantes desconhecidos em incidentes separados.

No fim de 2020, o Departamento de Estradas e Transportes de KwaZulu-Natal e o Departamento Nacional de Obras Públicas e Infra-estruturas (DWPI) comprometeram-se a financiar em 50 milhões de rands a fabricação e posicionamento de 156 unidades de barreira de concreto ao longo de um troço de oito quilómetros da fronteira entre a África do Sul e Moçambique. O projecto estava orçado em cerca de 86 milhões de rands, mas foi suspenso até à conclusão de uma averiguação da Unidade Especial de Investigação sobre a adjudicação de 85,7 milhões de rands concedida à ISF Construction e à Shula Construction pelo Departamento de Transporte de KZN. O projecto foi interrompido abruptamente depois que apenas 166 metros de barreiras foram instalados e 48 milhões de rands foram pagos aos empreiteiros.

As novas barreiras de concreto foram posicionadas em locais identificados pelos soldados da Força de Defesa Nacional, em serviço de protecção da fronteira, como os pontos preferidos por ladrões de veículos.

Informações colectadas por soldados em patrulha e pelos residentes ajudaram a identificar áreas específicas usadas por ladrões de veículos e levaram ao que um oficial do Exército sul-africano mais tarde chamou de “momento de lâmpada” para instalar primeiro barreiras de pedra e depois barreiras de concreto. (Defenceweb)