O governo moçambicano tem vindo a envidar esforços para melhorar a competitividade dos corredores de transporte, através do processo de digitalização, afirmou o Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, em alusão aos últimos desenvolvimentos no seu sector. Ele deu como exemplo a remoção da taxa da Licença Temporária de Importação (TIP), referindo que, para além da redução do custo do frete em 11,5 dólares por tonelada, o governo introduziu várias entradas para o TIP, um processo bem conhecido por todos os transportadores que atravessam frequentemente a fronteira para Moçambique.
“O Pacote de Aceleração Económica (PAE), um conjunto de 20 medidas anunciadas pelo Presidente Filipe Nyusi em Agosto de 2022, remove grandes barreiras comerciais, eliminando uma série de impostos e taxas e simplificando processos através da digitalização. Foi o que aconteceu com os passos dados para a Licença Temporária de Importação (TIP), “explicou o ministro dos Transportes e Comunicações. Previsto para ser implementado nos próximos meses, espera-se que isso aumente a eficiência transfronteiriça e o número de viagens por mês para camiões de carga.
“Paralelamente, também estamos procurando intervenções na infra-estrutura, tais como melhorar instalações de fronteira e outros constrangimentos ao longo de todo o corredor, junto com as autoridades governamentais da África do Sul”, disse a fonte.
Falando à publicação FreightNews, Magala destacou que é fundamental pensar sobre integração digital no transporte rodoviário se a nossa região quiser manter competitiva e manter a sua posição como um actor importante no comércio mundial.
Elaborando sobre TIP, Magala disse que a implementação foi bastante fácil por um motivo. “Ele migrou no fim de 2021 para um processo automatizado integrando os sistemas já existentes dos diferentes intervenientes do corredor, como o Porto de Maputo e a Janela Única Electrónica, numa única plataforma.
“Estamos actualmente olhando para a digitalização da maioria dos nossos processos transfronteiriços, para facilitar o comércio com Moçambique. Acreditamos totalmente na digitalização e na integração de sistemas entre Moçambique e os países vizinhos, como resposta ao nosso antigo sonho de ter um único posto fronteiriço, com menos burocracia”.
Acrescentou que foi adoptado um modelo no corredor de Maputo, a exemplo daquele que movimenta os maiores volumes de carga, e apelou que este modelo seja adoptado por todos os corredores de transporte para promover as economias regionais e o desenvolvimento de todos os países da região da SADC.”
Segundo Magala, a digitalização tem de ir para além das soluções rodoviárias. “Mais uma vez, atingimos recentemente um marco ao implementar comboios sem fronteiras entre a África do Sul e Moçambique, com uma forte parceria entre a Transnet Freight Rail e a Caminhos-de-Ferro de Moçambique (empresa de Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique).”