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quinta-feira, 16 março 2023 07:44

Insegurança alimentar aguda diminuiu em Moçambique

celso correia

A insegurança alimentar aguda diminuiu em Moçambique de 13% para 10% da população, segundo um relatório apresentado hoje pelo ministro da Agricultura, Celso Correia, juntamente com parceiros.

 

“Estamos a reduzir o número de pessoas em insegurança alimentar. Falávamos que a tendência global é de aumentar, nós estamos a reduzir ao nosso ritmo, por isso acreditamos que estamos, talvez, no caminho certo”, referiu o governante.

 

Celso Correia falava durante um evento público para divulgação do Relatório de Segurança Alimentar Pós-Colheita de 2022, juntamente com parceiros - como o Programa Alimentar Mundial (PAM) – e transmitido em diretos pelas televisões.

 

No período em análise, de novembro de 2022 até ao presente mês (ou seja, período pós-colheita), “cerca de 90% da população moçambicana teve uma dieta aceitável para satisfazer as suas necessidades energéticas diárias”.

 

Há 10% que se encontram “em insegurança alimentar aguda”, ou seja, cerca de três milhões de pessoas, um quinto das quais na província de Cabo Delgado, devido à insurgência armada que ali dura há cinco anos. 

 

Considera-se que alguém está em insegurança alimentar quando não sabe de onde virá a sua próxima refeição, nem quando.

 

No relatório refere-se ainda que daqueles que conseguem satisfazer as suas necessidades alimentares, uma parte (38%) fica depois sob pressão para poder responder às suas necessidades não-alimentares.

 

De acordo com o documento, não há população na classificação formal de ‘fome’ segundo os indicadores internacionais - a mais grave classificação de todas, mais que a insegurança alimentar, segundo o Integrated Food Security Phase Classification (IPC).

 

Celso Correia ressalvou que os recentes ciclones que se abateram sobre Moçambique, provocando cheias com graves prejuízos, deverão levar a um novo levantamento com atualização de dados.

 

No capítulo dos desastres naturais, recomenda-se que devem ser antecipadas anualmente as necessidades de assistência alimentar direta.

 

“Temos de deixar de fazer o cálculo da assistência depois do desastre acontecer”, porque a ocorrência de calamidades “é recorrente”, assinalou o governante.

 

O ministro da Agricultura defendeu no evento de hoje que o caminho a seguir deve incluir mudanças no apoio ao setor agrícola com ciclos de sete anos, que capacitam os produtores, em vez de ajudas curtas, após as quais voltam à miséria.

 

“Não podemos ser laboratório de experiências” de dois a quatro anos, no final das quais, “quando acabam os recursos, as famílias voltam à pobreza”, referiu.

 

O relatório do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (Setsan) contou com um número maior de amostragem, crescendo de 51 para 151 distritos e de 5.064 para 12.890 agregados familiares, o que permitiu “uma avaliação mais precisa”. (Lusa)

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