Passam 26 dias desde que o Tribunal Administrativo, instituição responsável pela fiscalização das contas públicas, anunciou estar a investigar as alegações de corrupção e nepotismo naquele órgão de soberania, denunciadas em finais de Janeiro passado por um grupo de funcionários da instituição.
A investigação, confiada a uma Comissão de Inquérito, cuja composição não foi avançada à imprensa, tinha um prazo de 20 dias (a contar do dia 09 de Fevereiro) e os resultados deviam estar à disposição do público até, pelo menos, ao dia 03 de Março, mas ainda estão no segredo dos “Deuses”.
Desde a última sexta-feira, 03 de Março, que o nosso jornal tem tentado contactar o Director do Gabinete de Comunicação e Imagem do Tribunal Administrativo, Nalagi Bay, para inteirar-se do estágio da elaboração do Relatório de Inquérito, mas sem sucesso.
Bay tem ignorado as chamadas telefónicas e as mensagens enviadas pelo nosso jornal, com vista a apurar os resultados produzidos pelos inquiridores durante a investigação. Trata-se, na verdade, de uma atitude recorrente do responsável pelo sector da comunicação e imagem daquele órgão de soberania, que adoptou o silêncio como método de interação com os jornalistas.
Lembre-se que, em causa, estão denúncias feitas por funcionários do Tribunal Administrativo em uma carta de 29 páginas, na qual acusam Jeremias Zuande, Contador-Geral da Contadoria de Contas e Auditoria, de entre vários pecados, de estar a vender processos de auditoria, com destaque para os autos de averiguação do uso dos fundos públicos na Assembleia da República e no Conselho Municipal da Cidade da Matola.
No documento consultado pela “Carta”, lê-se que o Tribunal Administrativo dispõe de uma equipa de trabalho montada por Jeremias Zuande que responde aos seus comandos e aos seus desejos, viciando processos de auditoria às contas públicas. (Carta)