O ministro moçambicano dos Transportes apelou para que não haja retaliações aos ataques na África do Sul, ao comentar o fogo posto a um furgão de passageiros sul-africano, sem vítimas, poucos quilómetros depois de sair de Maputo.
“Isso não é [ser] moçambicano: queimar, retaliar queimando os bens dos outros, não é o que nos identifica, a nossa estratégia nunca pode ser dente por dente, olho por olho”, referiu Mateus Magala, à margem de uma conferência de imprensa sobre o setor.
“Nós condenamos o que tem acontecido na África do Sul e o governo está envolvido” com as autoridades sul-africanas, referiu.
Mateus Magala disse que “há a promessa” de que a violência contra veículos de transporte coletivo moçambicanos em KwaZulu-Natal “vai parar, mas pronto: parece que no sábado houve um acidente igual e talvez seja o que provocou esta reação”.
“Queremos apelar a todos os moçambicanos para manterem a calma, a cidadania que nos diferencia e acreditar que o governo e todas as forças vivas vamos encontra uma solução para ultrapassar este mal”, disse o ministro dos Transportes.
O governante destacou que Moçambique e África do Sul “têm relações históricas, são irmãos e essa irmandade temos de manter, tem muito valor”.
Desconhecidos incendiaram hoje um furgão com matrícula sul-africana na vila da Bela Vista, província de Maputo, sul de Moçambique, depois de uma onda de violência contra veículos com matrícula moçambicana no país vizinho.
A viatura branca ficou completamente destruída, testemunhou a Lusa, enquanto o que restou do veículo era rebocado para uma oficina por um civil chamado ao local pela polícia.
Populares contaram à Lusa que os indivíduos que deitaram fogo à viatura mandaram os passageiros que seguiam no carro descerem.
O veículo seguia no sentido Maputo-Durban, na África do Sul, quando foi barricado e depois destruído.
O incidente de hoje é semelhante àqueles de que têm sido alvo os operadores moçambicanos, numa zona de KwaZulu-Natal, cerca de 100 quilómetros a sul, na mesma via, mas já em território sul-africano, atravessando a fronteira de Ponta do Ouro.
No último mês, mais de uma dezena de veículos de transporte coletivo com matrícula moçambicana foram incendiados por desconhecidos, numa ação relatada por populares como resposta a uma onda de roubos de veículos, supostamente contrabandeados para Moçambique. (Lusa)