Os números oficiais da Divisão de Operações Conjuntas da Força de Defesa Nacional (SANDF) mostram que, durante o mês de Janeiro, os soldados sul-africanos recuperaram 18 veículos, a maioria de última geração, para além de três motocicletas. Os veículos estavam a ser contrabandeados para fora da África do Sul através das fronteiras terrestres com Moçambique, E-swatini, Lesotho e Zimbabwe.
A reforçar um aparente “boom” nas exportações de viaturas roubadas estão 15 veículos recuperados com destino a Moçambique. Uma operação realizada no passado dia 28 de Janeiro por membros do 15º Batalhão de Infantaria ao longo da fronteira com Moçambique apreendeu três veículos roubados, que acabaram sendo recuperados após um tiroteio com contrabandistas de veículos.
Em resposta às reclamações dos residentes do norte de KwaZulu-Natal, o Serviço de Polícia (SAPS) indicou que 100 agentes da polícia seriam transferidos para a área com instruções específicas para combater o roubo de veículos. Isso acontece depois que os moradores disseram à polícia, incluindo o comissário nacional, general Fannie Masemola, que estavam a perder um número crescente de veículos destinados a Moçambique para sindicatos criminosos.
Foi ainda relatado que Masemola contou na reunião em Hluhluwe que as últimas estatísticas da polícia mostram um declínio no roubo de veículos no norte de KwaZulu-Natal, sendo que mais recursos seriam necessários para serem implantados “a longo prazo” para reduzir ainda mais esse crime específico.
O contrabando com um valor estimado em mais de 4 milhões de rands foi abortado por soldados sul-africanos em Janeiro e incluía narcóticos como dagga e kat, de acordo com a Directoria de Comunicação Corporativa (DCC) da SANDF. Como sempre, Moçambique foi o maior “exportador” de contrabando (mais de 2,9 milhões rands) com contrabandistas tentando entrar na África do Sul via Cabo Oriental a partir do Lesotho, o segundo maior exportador ilegal com contrabando apreendido avaliado em 1,1 milhão de rands.
Desde Janeiro está em curso a Operação Cobre (parar a imigração ilegal) com a “captura” de mais de quatro mil e trezentos (4300) ilegais. Moçambique volta a ser o primeiro contribuinte seguido do Zimbabwe com 1204 ilegais.
“Durante a época festiva houve um elevado número de imigrantes a deslocar-se da África do Sul para o Lesotho e, em Janeiro, houve um grande fluxo de imigrantes legais e ilegais do Lesotho para a África do Sul. As actividades criminosas aumentaram nesse período. Para conter todas as actividades ilegais, os soldados estiveram envolvidos em operações conjuntas com diferentes grupos de segurança”, disse o Tenente VJ Fuzani.
“Para mitigar a escalada da criminalidade durante a época festiva, as operações conjuntas e as operações militares independentes foram intensificadas. As operações entre 15 de Dezembro e 20 de Janeiro foram frutíferas, incluindo a prisão de 3.028 pessoas sem documentos, uma bomba de fumaça de morteiro de 81 mm e uma bala de 7,62 mm. Dois veículos com reboques foram apreendidos por transportar gado roubado”, informou a Força Nacional de Defesa da África do Sul. Drogas, cigarros e gado foram também recuperados junto com veículos roubados.
Nos últimos anos, o roubo e exportação de veículos para países vizinhos é aparentemente um “sector em crescimento”, a avaliar pelos bens recuperados por soldados e agentes da polícia sul-africana. (Carta)