O vídeo foi filmado na região de Nkonga, distrito de Nangade, e circulou há dias nas redes sociais, mostrando soldados, incluindo sul-africanos, destacados para a missão militar da SADC.
Fontes militares revelaram à "Carta" que o cenário foi captado por uma câmara de telefone, em Novembro do ano passado, minutos depois das forças da SADC terem invadido uma base dos terroristas. Segundo as mesmas fontes, o ataque à base dos terroristas em Nkonga, considerada a maior no distrito de Nangade, ocorreu depois de duas emboscadas contra tropas da Tanzânia e do Lesotho, que resultaram na morte e ferimento de soldados dos dois países.
Refira-se que, na semana passada, a missão militar da SADC em Moçambique (SAMIM) anunciou a criação de uma comissão de inquérito para apurar as circunstâncias em que as forças da África do Sul, que têm maior número de tropas na missão, envolveram-se na queima de cadáveres. O último relatório do Cabo Ligado refere que uma equipa da SADC e da força sul-africana chegou a 13 de Janeiro na cidade de Pemba, para investigar o incidente.
Analistas moçambicanos e activistas dos direitos humanos condenaram o acto e exigiram uma investigação imparcial para esclarecimento do acto considerado macabro pelo próprio comandante da missão militar da SADC. No entanto, comentando na televisão privada, TV Sucesso, o analista Adriano Nuvunga considerou imprudente que sejam as próprias forças da SADC a fazer investigação contra si mesmo.
Na óptica de Nuvunga, o estado moçambicano, que ainda apresenta profundo silêncio sobre o facto, deve ser líder e exigir uma investigação independente, porque, segundo sugere, os cadáveres queimados podem ser de cidadãos que tinham sido capturados pelos terroristas em várias incursões. (Carta)