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BCI
sexta-feira, 20 janeiro 2023 02:33

Há “despejados” na Vila Olímpica por incapacidade de pagar as casas

 

Alguns cidadãos que ocupavam apartamentos na Vila Olímpica, em Maputo, foram forçados a abandonar o condomínio por não honrar os compromissos assumidos com o Fundo de Fomento e Habitação (FFH), instituição pública que gere o complexo habitacional. A informação foi avançada há dias pelo PCA do FFH, Armindo Munguambe, em entrevista ao jornal “Notícias”. 

 

Em meados de Setembro passado, o FFH publicou uma lista de 423 promitentes-compradores que não estavam a pagar devidamente os valores acordados em diversos projectos de habitação espalhados pelo país, com destaque para a Vila Olímpica. O rol incluía nomes de figuras ligadas ao partido Frelimo. Com a publicação da lista, estava claro que o FFH estava em rota de colisão com diversos mutuários.

 

Quase quatro meses depois, o FFH revela que há clientes que foram despejados por não honrarem os compromissos, tanto na Vila Olímpica como noutros complexos habitacionais em todo o país. Tal aconteceu mesmo num ano (2022) em que a instituição reestruturou o crédito à habitação para evitar que os beneficiários afectados pela crise pandémica da Covid-19 ficassem sem casas.

 

Ao referido periódico, o PCA do FFH não precisou o número de clientes que perderam as casas, mas apontou que 25% dos promitentes-compradores na Vila Olímpica apresentavam problemas para honrar compromissos.

 

“Na Vila Olímpica, por exemplo, cerca de 75% dos usuários estão em situação regular e outros 25% com problemas. Naturalmente que cada caso deve ser avaliado individualmente para a tomada de decisão”, disse Munguambe, citado pelo matutino. Entretanto, para não levar os mutuários ao tribunal, o PCA do FFH insta-os a sanarem as suas dívidas, para permitir novos investimentos e garantir que mais pessoas sejam beneficiadas. 

 

A propósito de novos investimentos, Munguambe disse que estão a ser desenhados projectos de urbanização para algumas cidades, em função da disponibilidade da terra, tal como aconteceu no distrito da Katembe, na cidade de Maputo, na cidade de Vilankulo, província de Inhambane e Mocuba, na Zambézia.

 

“Prevemos desenvolver outros projectos em Quelimane, Tete e Dondo. Queremos melhorar a problemática de habitação, principalmente para jovens. Nestes locais estamos a criar condições para os cidadãos encontrarem espaços prontos para serem habitados”, disse o PCA do FFH, citado pelo já aludido jornal. (Evaristo Chilingue)

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