O tribunal judicial da cidade de Chimoio, na província de Manica, marcou para 7 de Fevereiro a leitura da sentença do caso Danone, relacionado com um vídeo satírico encenando a corrupção na Polícia de Trânsito.
O Ministério Público (MP) entendeu ter havido crime de exposição de pessoa a perigo, pelo facto de uma das três crianças autoras do vídeo ter sido posta ao volante de uma viatura, para encenar e interpretar o papel de um motorista e outras duas por se fazer passar por agentes da PT e deste modo correrem o risco de serem atropeladas.
Para além dos três menores, a avó de Válter Danone, a jornalista Raquel Paulo Jorge, o seu filho Denilson Rafael, por sinal o produtor do vídeo e a mãe do "artista", foram arrolados no processo que vem correndo desde Junho deste ano. A acusação alega ainda que o produtor foi negligente ao deixar um menor ao volante, uma vez que o código de estrada proíbe menores de idade de estarem ao volante.
Entretanto, na audição desta terça-feira, (27) foram convidados ao tribunal peritos em produção de vídeo, Tomás Gimo e David Lourenço, que deram o seu parecer sobre a produção e edição de conteúdos audiovisuais.
O juiz que julga o caso, Lúcio Júlio Ticha, ouviu ainda as alegações finais e marcou a sentença para 7 de Fevereiro.
Há seis meses, Danone e sua família vêm sendo notificados pela procuradoria de Chimoio para prestar declarações e responder a interrogatórios pelo seu envolvimento no suposto crime cometido por Danone e sua turma.
Para o Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), Delegação de Manica, a acusação da Procuradoria da Cidade de Chimoio não tem fundamento.“Nós como SNJ apelamos à absolvição dos implicados para se fazer valer a liberdade de criação e de encenação, porque uma peça teatral levada ao Tribunal representa um atentado à liberdade de expressão e pensamento”, disse Nelson Benjamin, Porta-voz do SNJ em Manica. (Carta)