O ministro da Economia e Finanças moçambicano admitiu à Lusa que as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e a operadora de telecomunicações Tmcel podem vir a ser privatizadas, se essa for a melhor solução para sanear as duas empresas estatais.
"Estudamos formas de saneamento e de reestruturação, contemplando também a abertura à privatização, se essa se mostrar como a melhor solução", referiu Max Tonela em entrevista à Lusa na capital norte-americana, Washington, à margem dos encontros anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O ministro respondia a uma questão sobre a possibilidade de privatizar aquelas duas empresas.
"O pacote de reformas que implementamos contempla uma componente de melhoria da eficácia" das empresas públicas, "mas também olhamos para aquelas que têm estado a causar uma pressão sobre o Estado", enquadrou.
Já no dia 09, o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, tinha dito ao canal privado de televisão Media Mais que está a ser ponderada a entrega de ambas as empresas a privados, remetendo uma decisão para a avaliação em curso sobre o melhor cenário.
Um informação reiterada dois dias depois à Lusa por fonte governamental ligada ao processo, face “à complicada situação financeira” em que se encontram a LAM e a Tmcel.
Uma análise do Centro de Integridade Pública (CIP), organização não-governamental moçambicana, divulgada no início do mês, aponta-as como tecnicamente insolventes, a sobreviver de injeções de capital e de garantias do Estado para responder perante os credores, e, como tal, representando um elevado risco para as contas públicas.
Reforçar a fiscalização e gestão das empresas do setor empresarial do Estado e melhorar o controlo da dívida pública são compromissos do Governo moçambicano com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no âmbito do programa de assistência financeira de 470 milhões de dólares (sensivelmente o mesmo valor em euros) até 2025. (Lusa)
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