O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Moçambique, Álvaro Piris, saudou sexta-feira a resiliência da economia do país africano, mantendo as perspetivas de um crescimento de 3,8%, apesar do atual contexto “desafiante”.
“A nossa avaliação é que as autoridades moçambicanas têm lidado com estes desafios de uma maneira certa", face ao contexto gerado pela guerra da Rússia na Ucrânia, afirmou Álvaro Piris.
O responsável do FMI falava em conferência de imprensa, em Maputo, no final de uma missão de avaliação do programa de assistência assinado com o Governo moçambicano em abril deste ano.
As políticas macroeconómicas e a gestão das finanças públicas implementadas pelo Governo moçambicano deverão permitir a recuperação e o crescimento da economia moçambicana para 3,8% este ano, destacou.
O desempenho do país, continuou, mostra que tem sido resiliente face a um contexto adverso criado por calamidades naturais, pandemia de covid-19 e subida dos preços dos combustíveis e alimentos causada pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Esse panorama menos favorável deverá levar a inflação a fechar o ano nos 11%, acrescentou.
Sobre o programa entre o FMI e o Governo moçambicano, Álvaro Piris sublinhou que Maputo tem “cumprido em pleno” o que foi acordado em abril.
“A nossa avaliação desta primeira fase do programa é muito positiva, houve um cumprimento pleno das metas acordadas e houve avanços significativos nas áreas estruturantes do programa do Governo que o FMI está a apoiar”, enfatizou.
Nesse sentido, Álvaro Piris afastou, por enquanto, a possibilidade de o fundo reforçar a assistência financeira ao país, depois de a instituição financeira ter anunciado em maio um envelope financeiro de 470 milhões de dólares (462 milhões de euros).
O chefe da missão do FMI para Moçambique elogiou o pacote de medidas de recuperação económica recentemente aprovadas pelo Governo moçambicano, notando que deverão estimular as empresas e os negócios.
Por seu turno, o ministro da Economia e Finanças moçambicano, Max Tonela, considerou exaustivas e produtivas as discussões com o FMI, realçando o compromisso com o cumprimento acordado entre as duas partes.
A missão do FMI durou 15 dias e manteve encontros com vários quadros do Governo e do Estado moçambicano.(Lusa)