Uma ordem de nível central interdita a construção de novos postos de combustível na cidade de Nampula, o maior e importante centro urbano do norte do país.
A medida pode estar ligada aos pronunciamentos do Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, sobre existência de donos de postos de combustível que usam o negócio para lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo em Cabo Delgado.
O Delegado da Inspecção de infra-estruturas, em Nampula, Adelto Cumbane, disse à comunicação social que a instituição recebeu um comando do nível central para não autorizar a construção de novas bombas de combustíveis naquela cidade, onde nos últimos dias se verifica a proliferação de forma desregrada daquelas infra-estruturas, algumas das quais de cidadãos estrangeiros.
Segundo Adelto Cumbane, a medida não tem nada a ver com a interdição a nível da província, mas sim orientar os interessados em construir novas bombas de combustível a privilegiar os distritos, onde se faz sentir a sua falta.
"Para estancar a proliferação de bombas de combustíveis ao nível das grandes cidades, isto é, Nacala e Nampula, recebemos há pouco tempo um comando do nível central que interdita a construção de postos de combustível a nível dessas duas cidades, porque na verdade a quantidade de bombas que já está em funcionamento é suficiente para suprir em termos de abastecimento de combustível. A ideia não é proibir a construção de mais bombas, o que se pretende é que os investidores possam construir onde os postos de combustíveis são escassos", explicou.
O Delegado da Inspecção de Infra-estruturas em Nampula admitiu ter havido incumprimento das regras, depois da atribuição das licenças dos postos já construídos e, por causa disso, pelo menos quatro (04) funcionários foram responsabilizados devido a essas irregularidades.
A província de Nampula tem 105 bombas de combustíveis e, deste número, 36 estão na cidade de Nampula, alguns deles a uma distância de menos de dois quilómetros contra cinco previstos pela lei. (Amade Abuba)