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sexta-feira, 05 agosto 2022 06:12

Governo de Nyusi gastou mais do que produziu no primeiro semestre

presidente nyusi min

O Governo fez, na última terça-feira (02), o balanço do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado do primeiro semestre de 2022. Reunido na 26ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, o Executivo liderado por Filipe Nyusi constatou que, no período em análise, gastou mais do que colectou em receitas ao Estado.

 

De acordo com um comunicado do Secretariado do Conselho de Ministros, a execução do Orçamento do Estado revela que, no período em análise, a despesa realizada situou-se em 174 biliões de Meticais, correspondente a uma realização de 38.7% de todo o orçamento de 2022, contra 165.8 biliões de Meticais realizadas no período homólogo de 2021.

 

O documento mostra que essa despesa não foi compensada pelas receitas arrecadadas pelo Governo no primeiro trimestre de 2022, como é de praxe. A cobrança de receita do Estado foi de 133.8 biliões de Meticais, correspondente a 45,6%, da meta anual, contra 127.4 biliões de Meticais de 2021.

 

Entre a despesa e a receita há uma diferença de pouco mais de 40 biliões de Meticais. Essa diferença chama-se défice. Para fechar essa lacuna nas contas, o Governo recorre a donativos de parceiros de cooperação, mas principalmente a empréstimos bancários externos e, mormente internos, já que a nível de mercados internacionais, o país não tem maior aceitação devido aos elevados índices de dívida pública.

 

Esse facto (endividamento interno) fundamenta-se com dados contidos no relatório da Conjuntura Económica e Perspectivas Inflação divulgado recentemente pelo Banco Central que reportam que a dívida interna do Estado incrementou, em termos acumulados, até Junho, em 29.3 biliões de Meticais, para 248.2 biliões de Meticais.

 

Apesar dos factores adversos, o Governo afirma, em comunicado, que se registou uma estabilidade macroeconómica interna durante o primeiro semestre de 2022.

 

Do comunicado do Secretariado do Conselho de Ministros consta ainda o balanço do Plano Económico e Social. Na nota consta que o Governo havia programado 358 indicadores para o primeiro semestre, dos quais 50% (179) atingiram a meta, 22% (78) atingiram parcialmente e 28% (101) não atingiram a meta. (Evaristo Chilingue)

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