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sexta-feira, 10 junho 2022 07:49

"O novo mapa" do terrorismo em Cabo Delgado

novo mapa min

Nas últimas semanas, os ataques terroristas que eclodiram em Outubro de 2017, na província de Cabo Delgado, têm demonstrado uma outra faceta, com ataques repentinos e em zonas nunca antes atacadas.

 

Estranhamente, tudo acontece numa altura em que se encontram no Teatro Operacional Norte (TON) cerca de 25 países que vinham com a missão de devolver a paz e tranquilidade para o povo que há aproximadamente cinco anos vem vivendo o horror do terrorismo antes tratado como insurgência.

 

Depois de Mocímboa da Praia, Palma, Macomia, Nangade, Mueda, Muidumbe, Ilha do Ibo e Quissanga, nos últimos dias, os distritos de Meluco e Ancuabe passaram a constar no mapa dos distritos fustigados pela onda de ataques terroristas que já tiraram a vida, segundo dados da ACLED e do Observatório de Conflito de Moçambique a mais de 3.100 pessoas, entre civis, militares e terroristas.

 

Por outro lado, mais de 784 mil pessoas fugiram das zonas atacadas e, pela nova saga, o número poderá vir a subir.

 

Dados em nossa posse indicam que, deixando de lado o grupo que nos últimos dias atacou os distritos de Meluco e Ancuabe, os recentes ataques estão a ser liderados por outras figuras supostamente recrutadas em Nampula e nos subúrbios de Pemba, que antes desenvolviam actividades comerciais e outras suspeitas.

 

Nesta senda, um grupo de 10 homens mascarados, munidos de armas de fogo e objectos cortantes dirigiu-se, na noite da última quarta-feira (08), à região de Silva-Macua, nas imediações da Grafite Company e decapitou dois guardas e um militar de idades compreendidas entre  23 e 25 anos, que na altura se encontravam a guarnecer o pátio da mineradora.

 

De fontes militares, "Carta" apurou que, nesta quinta-feira, dois indivíduos foram neutralizados na posse de armas de fogo contendo munições enquanto tentavam passar pelas autoridades no cruzamento de Metoro – Ancuabe. Reagindo sobre os ataques em Ancuabe, Jorgina Manhique, Porta-voz dos Serviços provinciais de representação do Estado em Cabo Delgado, confirmou, nesta quinta-feira, o ataque e as mortes, mas não avançou os números. Conforme noticiamos, morreram durante o ataque quatro pessoas.

 

Jorgina Manhique disse que os ataques ocorridos na aldeia de Nanduli criaram mais de 2500 deslocados em Ancuabe, Chiure e Pemba. No total, são 257 famílias, estando 169 em Chiure, 77 em Pemba, 76 em Metuge e as restantes nos distritos de Balama e Namuno, para além das outras que fugiram para a província de Nampula. (O.O.)

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