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A Comissão Nacional de Eleições (CNE) propôs que o recenseamento eleitoral, antes das autárquicas previstas para 11 de Outubro de 2023, seja realizado entre Janeiro e Março. Falando ontem em Maputo num encontro com partidos políticos, entidades da sociedade civil e parceiros de cooperação sobre a actual fase de preparação das eleições, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, disse que as datas exactas do recenseamento eleitoral serão anunciadas pelo Governo, mas a proposta da CNE é para o primeiro trimestre do ano.
“Naturalmente, estamos fazendo uma proposta com base no tempo necessário para realizar essa actividade”, disse ele. “O trabalho deve ser feito antes do final do primeiro trimestre do ano. Mais tarde causaria complicações”.
Cuinica disse que todos os membros das 11 comissões eleitorais provinciais foram empossados. Falta nomear e empossar as comissões eleitorais distritais nos 58 distritos que contêm municípios.
Os membros das comissões serão então treinados para usar todo o equipamento eleitoral informatizado. Novos equipamentos estão sendo importados, disse Cuinica, e equipamentos usados nas últimas eleições estão serão actualizados.
Mas todos os planos da CNE enfrentam um obstáculo potencialmente fatal: não há dinheiro suficiente. A CNE estima que sejam necessários 3,2 mil milhões de meticais (cerca de 50 milhões de dólares americanos ao câmbio actual) para todos os preparativos eleitorais.
Mas até à data a CNE tem apenas um bilião de meticais garantidos e enfrenta assim um défice de 2,2 biliões de meticais. Os parceiros de Moçambique deixaram repetidamente claro que Moçambique deve avançar para a auto-suficiência no financiamento das suas eleições. Quase 30 anos após a realização das primeiras eleições multipartidárias, há poucas desculpas para depender da ajuda externa.(Carta)
