O Governo de Moçambique acredita que as reservas de mais de 180 triliões de pés cúbicos de gás natural do país irão contribuir para a transição energética do continente e do mundo, disse o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela.
“Moçambique dispõe de reservas comprovadas de mais de 180 triliões de pés cúbicos de gás natural que pode ser e deve ser usado para a contribuir para redução e mitigar a situação neste processo de transição e vai constituir um importante ator no componente de produção e exportação de gás natural, contribuindo para a transição energética em Moçambique, mas também no mundo”, disse o governante.
Num debate sobre transição energética durante os encontros anuais do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), em Acra, o ministro defendeu que o gás natural é uma alternativa para a transição climática, enquanto as energias renováveis não garantem um abastecimento seguro e constante, “por ser uma fonte fóssil, mas relativamente limpa, havendo também processos possíveis de retirar parte do carbono que o gás tem”.
Max Tonela lembrou que no último trimestre deste ano entra em operação a central flutuante de gás natural de Rovuma, o que “marcará o início de uma nova era para o país”.
“Deixaremos de ser um país produtor e exportador pequeno para passarmos a ter um papel relevante a nível de exportadores mundiais de gás”, disse o ministro.
Tonela acrescentou que Moçambique está a concluir o desenvolvimento de um plano diretor do gás natural que vai permitir que o gás possa ser usado para a transformação da economia dos países da África Austral.
Além disso, tendo em conta a proporção das reservas de que o país dispõe, Moçambique tem “projetos em ‘pipeline’ para a transformação em líquido e deste modo facilitar o transporte para outros mercados como o europeu, o asiático e outros países do continente”.
“É um recurso que tem um potencial enorme de transformação económica, não só através das receitas que advirão das exportações, mas também para contribuir para o aumento do crescimento económico e a diversificação da economia moçambicana”, afirmou.
Disse ainda que o país conta com o apoio do BAD nos processos de financiamento, sublinhando que um dos desafios que Moçambique enfrenta é “assegurar a continuidade de financiamento para tornar realidade os projetos que possam permitir beneficiar dos projetos” de que dispõe.
Os encontros anuais do BAD, o evento mais importante da instituição que tem 54 Estados-membros africanos e 27 não africanos, decorrem desde segunda-feira e até sexta-feira em Acra, sob o tema “Alcançar a Resiliência Climática e uma Transição Energética Justa para África”. (Lusa)