Foi ouvida pelo segundo dia consecutivo, na 10ª Secção Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM), a última arguida do processo nº 51/2019/10, envolvendo 11 réus acusados de terem desviado mais de 113.6 Milhões de Meticais entre 2010 e 2014 na Direcção de Trabalho Migratório (DTM). Desta vez, a audição estava centrada nas facturas falsificadas e nos cabazes natalícios milionários.
Perante o Tribunal, Zitha explicou que, entre 2013 e 2014, foram adquiridos cabazes através de ajuste directo ao Premier Group, que supostamente tinha produtos em condições adequadas para a oferta a altas individualidades. A arguida explicou que, no dia 25 de Novembro de 2013, a DTM transferiu 200 mil Meticais para o Premier Group.
De novo, no dia 27 de Novembro de 2014 foram pagos 650 mil Meticais ao mesmo estabelecimento. Acto contínuo, a 15 de Dezembro de 2014 foram pagos 150 mil Meticais. Dias depois foi desembolsado mais um pagamento de 423 mil Meticais, totalizando 1 milhão e 423 mil Meticais só em cabazes. Segundo Zitha, ainda em Dezembro de 2014, por meio de ajuste de directo, a DTM efectuou a aquisição de bebidas alcoólicas no valor de 240 mil Meticais.
Prosseguindo, Zitha confirmou que, por ajuste directo, foi comprado em Agosto de 2014 material de som no valor de 590 mil Meticais junto da Conga Música.
Num outro desenvolvimento, a antiga Directora da DTM disse que foram infelizes no processo de regularização dos processos administrativos e que foi devido à procura desenfreada por documentos que acabou se envolvendo com as empresas Bela Eventos e Vetagres de Magude. Nesta correria, a Bela Eventos acabou recebendo cerca de 6.2 milhões de Meticais e a Vetagres cerca de 375 mil Meticais.
Anastácia Zitha declarou que a DTM celebrou um contrato avaliado em 3.7 milhões de Meticais com a empresa Dona Tina Artes e Decorações Interiores, detida em 100% pela esposa do arguido Pedro Taimo, que na altura dos factos forneceu cortinas e mobiliários para o Gabinete do Mineiro.
De referir que, devido ao leque de assuntos que constam no processo, espera-se que a audição de Anastácia Zitha se prolongue, uma vez que cabia à arguida na altura dos factos a movimentação de diferentes expedientes administrativos.
Espera-se que, nesta quinta-feira, a Juíza Evandra Uamusse esgote as suas questões, para que o Ministério Público, representado pelo Procurador Armando Parruque, e a defesa entrem em cena. (O. Omar)