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quarta-feira, 06 abril 2022 04:34

Últimas bases militares da Renamo vão ser encerradas em Moçambique

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, anunciaram ontem que as últimas cinco bases militares do principal partido de oposição serão encerradas nas próximas semanas, no âmbito do acordo de paz de 2019.

 

“Os dirigentes concordaram que, nas próximas semanas, o processo de desarmamento, desmobilização e reintegração será retomado com o objetivo de encerrar as cinco bases restantes da Renamo e criar as condições necessárias para que os restantes combatentes regressem à casa”, refere um comunicado da Presidência moçambicana emitido hoje após uma reunião entre Filipe Nyusi e Ossufo Momade em Maputo.

 

Segundo a Presidência moçambicana, a Comissão de Assuntos Militares e os Grupos Técnicos Conjuntos para o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos antigos guerrilheiros da Renamo vão orientar as atividades no terreno nos próximos dias e também será criado um grupo para analisar o problema dos atrasos das pensões dos guerrilheiros já desmobilizados, uma questão que tem sido recorrentemente levantada pela Renamo.

 

“Os dirigentes concordaram que o diálogo continua a ser a única linha de ação para ultrapassar as diferenças e manifestaram a sua satisfação com a cultura de paz que muitas regiões do país estão agora a viver”, acrescenta o comunicado da Presidência.

 

O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo foi assinado em agosto de 2019 pelo chefe de Estado moçambicano e pelo presidente da Renamo, prevendo, entre outros aspetos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido de oposição.

 

No quadro do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo, segundo dados oficiais, 63% dos cerca de cinco mil guerrilheiros da Renamo previstos já entregaram as armas e, das 16 bases daquela força política, 11 já foram desativadas.

 

O acordo foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, tendo os três sido assinados após ciclos de violência armada, principalmente no centro do país.(Lusa)

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