O Instituto Nacional de Gestão e Redução de Riscos de Desastres (INGD) de Moçambique apelou ontem aos deslocados dos ataques terroristas em Cabo Delgado para denunciarem a possível presença de insurgentes nos centros de acomodação.
“Temos que continuar a ser vigilantes, a saber quem é que está do nosso lado, porque, se calhar, nós, ao sair de Chiúre, para aqui, talvez estejamos a sair com os insurgentes, com aqueles bandidos”, disse a presidente do INGD, Luísa Meque, num encontro, no distrito de Eráti, província de Nampula, com famílias obrigadas a fugir do distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado, norte do país, na sequência de ataques terroristas, nas últimas semanas.
“Temos que reforçar a vigilância, [saber] quem é que está do nosso lado, quem é que está a receber o nosso apoio”, enfatizou Meque.
A presidente do INGD admitiu que a assistência alimentar que está a ser prestada às vítimas da violência armada em Cabo Delgado é insuficiente, devendo ser disponibilizada gradualmente.
“Sabemos que nem todos poderão ter, no mesmo momento, o apoio que nós estamos a trazer, porque somos muitos”, declarou Luísa Meque.
Face a relatos de que há residentes do distrito de Eráti que também se têm feito passar por deslocados de guerra, para receberem assistência, as autoridades terão o cuidado de assegurar que apenas as vítimas da violência é que vão ter ajuda humanitária, avançou Meque.
“Só vão receber o apoio ou a assistência aquelas pessoas que não são daqui, aquelas pessoas que deixaram tudo nas suas casas para vir para aqui”, destacou.
Na quinta-feira, o Governo moçambicano disse que 67.321 pessoas fugiram dos ataques armados das últimas semanas na província de Cabo Delgado, avançando que algumas populações já estão a regressar aos pontos de origem.
“Nesta altura, nós falamos de cerca de 67.321 deslocados, o que corresponde a 14.217 famílias”, afirmou Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, numa conferência de imprensa, no final da sessão semanal do órgão.
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria de 27 ataques em vilas “cristãs” no distrito de Chiùre, Cabo Delgado, em que afirma terem morrido 70 pessoas nos últimos dias.
Através dos canais de propaganda do grupo, que documenta estes ataques com fotografias, é referida ainda a destruição de 500 igrejas, casas e edifícios públicos.
As autoridades moçambicanas não comentam a situação operacional, mas a Lusa ouviu nos últimos dias, na vila de Chiùre, relatos de deslocados que chegam à localidade sobre ataques, destruição de hospitais, escolas e casas, além de mortos, provocados em diferentes aldeias do distrito pelos insurgentes.
O governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, afirmou na segunda-feira à Lusa que os atos “macabros” que assolam há duas semanas o sul daquela província moçambicana são protagonizados por “grupinhos” de “extremistas violentos”.
A província de Cabo Delgado enfrenta há mais de seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico, que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com dados das agências das Nações Unidas, e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.(Lusa)
O Executivo diz que 67.321 pessoas, o que corresponde a 14.200 famílias, já se deslocaram para a província de Nampula e outros sítios seguros, desde o início desta nova onda de ataques em Cabo Delgado. No entanto, a crise ainda não justifica a decretação do Estado de Emergência na província, diz o Governo.
Segundo o Porta-voz do Governo, Filimão Suazi, os deslocados estão num centro provisório de emergência do distrito de Eráti (província de Nampula) e tudo está a ser feito para que, nos locais onde estas pessoas se encontram refugiadas ou em casas de familiares, sejam melhoradas as condições de alojamento.
Falando à saída da 5ª Sessão do Conselho de Ministros, Suazi disse que os deslocados já estão a receber kits de alimentação e higiene. Por outro lado, o Governo decretou o alerta laranja preventivo, em todo o território nacional, tendo em conta a situação e perspectivas da época chuvosa em 2024.
Ainda nesta sessão, foram aprovadas três resoluções sobre acordos de transferência de reclusos entre Moçambique, Malawi, Zâmbia e Zimbabwe, matérias a serem apreciadas pelo Parlamento. (Carta)
O Conselho de Ministros de Moçambique decretou ontem o alerta laranja para todo o território nacional, em resposta à queda de chuva nas regiões norte e centro do país e à seca no sul.
“Temos tido alguma precipitação no norte e centro, mas há muita escassez de chuva na zona sul (…). Queremo-nos antecipar, de modo a criar condições, tanto para a possibilidade de um recrudescimento da precipitação como da continua escassez de chuvas”, afirmou o porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, no final da sessão semanal deste órgão.
Suaze avançou que a declaração do alerta laranja cria condições legais para a ativação dos centros operativos de emergência a nível nacional e distrital, mobilização de recursos materiais, humanos e financeiros e intensificação da sensibilização da população, para a retirada das zonas de risco de calamidades naturais.
Com a decisão hoje tomada, prosseguiu, o país previne-se de uma “situação mais difícil”, devido à chuva, no centro e norte, e à seca, no sul.
Pelo menos 44 pessoas morreram em Moçambique na atual época das chuvas, desde outubro, devido ao mau tempo, das quais 19 na província da Zambézia, segundo dados oficiais até 08 de janeiro noticiados anteriormente pela Lusa.
De acordo com um relatório de balanço nacional do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), as descargas atmosféricas foram a principal causa de morte (28 casos) neste período, relacionadas com as condições atmosféricas, seguido do desabamento de paredes (13) e afogamentos (três).
As chuvas e ventos fortes afetaram em todo o país, neste período, 4.056 famílias, num total de 19.729 pessoas, e 49 ficaram feridas, provocando ainda a destruição parcial de 1.611 residências, enquanto 718 foram totalmente destruídas e 1.784 inundadas.
Há registo ainda de 137 salas de aulas destruídas, 21 escolas, 3.968 alunos e 42 professores afetados.
O mau tempo afetou ainda oito unidades sanitárias e nove casas de culto, destruindo igualmente 88 quilómetros de estradas até 08 de janeiro.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.
Já no primeiro trimestre do ano passado, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afetaram no país mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, segundo dados oficiais do Governo.(Lusa)
O Presidente da Associação dos Profissionais de Saúde (APSUSM) Anselmo Muchave acusa o seu colega Horácio Nhoca de violar a providência cautelar e exige uma indemnização de 4 milhões de Mts.
Muchave voltou ao tribunal no passado dia 29 de Janeiro de 2024, depois de ter submetido em Dezembro do ano passado uma providência cautelar contra o seu colega Horácio Nhoca por alegada usurpação de poderes.
De acordo com um documento da 5ª Secção do Tribunal Judicial da cidade de Maputo, Horácio Nhoca é acusado de resistência à decisão, criação de novos grupos em nome da APSUSM (grupos de que o mesmo não faz parte), mobilização de membros da associação e adesão a grupos.
Dentre vários pontos, o réu é também acusado de afrontar a deliberação imposta pelo tribunal, o que configura num acto criminal, com agravante deste estar a mobilizar os demais membros da associação a aderirem a este golpe.
Neste âmbito, a Associação pede para que Horácio Nhoca seja condenado a abster-se de fazer-se passar de representante da APSUSM e, consequentemente, proibido de proceder qualquer conferência de imprensa nacional ou internacional, assim como praticar qualquer acto em nome desta.
Outrossim, a Associação exige que seja condenado em custas e procuradoria condigna na sua taxa máxima no valor de 4 milhões de Meticais.
Entretanto, nesta terça-feira (27), “Carta” conversou com o mentor da APSUSM, Francisco Cossi, que contou que Anselmo Muchave está a agir como um chantagista com pretensão de perturbar os seus colegas.
“Entendemos que o Anselmo anda stressado por falta de pagamento dos valores ilícitos que recebia na sua conta, inclusive o valor que em algum momento recebeu na mesa negocial. Ele acha que encontrou no colega (Horácio Nhoca) uma fonte para poder ganhar dinheiro com esta indemnização absurda. Mais ainda, ele não é Presidente eleito pela Assembleia-Geral dos Associados, está a agir de má-fé”, refere a fonte.
Tentamos ouvir o Presidente da APSUSM, Anselmo Muchave, mas sem sucesso, pois este encontrava-se com o telemóvel fora de área. (M.Afonso)
O desporto motorizado ganha destaque na grelha de programação da DStv com o início do Campeonato Mundial de ‘Fórmula 1’ 2024 e em Sinal Aberto nos canais da SuperSport, a partir de 28 de Fevereiro a 11 de Março de 2024, para todos os subscritores dos pacotes DStv Grande e DStv Grande Mais.
Portanto, os clientes do pacote DStv Fácil também têm a possibilidade de assistir ao electrizante início da época 2024 da Fórmula 1 se aderirem à campanha “É só subir da DStv”. Se és cliente do DStv Fácil, paga o DStv Família e recebes de oferta o pacote DStv Grande – por nossa conta, sem custos adicionais.
A cobertura total do Campeonato Mundial de Fórmula 1 é transmitida em directo e exclusivo na DStv. O Sinal Aberto vai incluir dois (2) Grandes Prémios de Fórmula 1 desta época: o Grande Prémio do Bahrain no dia 2 de Março e o Grande Prémio da Arábia Saudita no dia 9 de Março, ambos vão acontecer no sábado. O telespectador poderá estar a perguntar-se por que é que estes Grandes Prémios vão acontecer ao sábado ao invés do habitual domingo?
Isto deve-se a dois factores: o início do Ramadão no domingo, 10 de março, que obrigou a que o Grande Prémio da Arábia Saudita fosse antecipado para sábado, 9 de março; e os regulamentos da Fórmula 1 estipulam que deve haver pelo menos uma semana entre os Grandes Prémios, pelo que o GP do Bahrain também foi antecipado um dia para sábado, 2 de março.
Independentemente da corrida de sábado que dá início à época, a mesma velocidade, tecnologia ultrajante e capacidades de condução extremamente apuradas serão exibidas em alta resolução. Um espectáculo que ninguém pode perder: a Fórmula 1 é, afinal de contas, a derradeira demonstração de homens e máquinas que se juntam para consumir o asfalto da forma mais rápida e eficiente possível!
A época de 2024 não apresenta alterações nas formações de pilotos em comparação com o final de 2023, embora tenhamos duas equipas com novas marcas: A Alfa Romeo e a AlphaTauri são agora conhecidas como Sate F1 Team Kick Sauber e Visa Cash App RB F1 Team, respectivamente.
O mercado de pilotos pode estar estático para este ano, mas a notícia de que Lewis Hamilton se mudará para a Ferrari em 2025 terá um efeito dominó em todo o resto da grelha, com algumas outras grandes mudanças de pilotos a serem certamente confirmadas durante a campanha de 2024.
Hamilton está a abandonar o barco da Mercedes, mas adoraria dar às "Flechas de Prata" um grande adeus com uma forte exibição nos Campeonatos de Pilotos e de Construtores até 2024.
"Sinto-me, mais do que nunca, motivado e concentrado. Todos os anos, quando regressamos, penso que estou mais em forma", disse Hamilton. "Mas este ano sinto que trabalhei mais, dediquei mais tempo e concentrei-me mais na preparação”, acrescentou.
"Nunca pensei que, nesta altura da minha vida, teria a fome que tenho agora. Terminar em alta com a equipa, seria um sonho. Já passámos por muita coisa juntos. Por isso, terminar em alta, seria uma grande honra poder ajudá-los a regressar ao topo".
No caminho de Hamilton e Mercedes estarão Max Verstappen e Red Bull, que foram surpreendentemente dominantes na temporada passada e começam como claros favoritos para mais glória - especialmente após o lançamento de seu carro RB20, que está a ser apontado para continuar o sucesso desfrutado pelos antecessores do RB18 e RB19 que trouxeram títulos de Verstappen em 2021 e 2022, respetivamente.
"Então, o carro do ano passado foi uma evolução do '22 nos pontos principais sendo o desenvolvimento normal de inverno em termos de aerodinâmica, alguma compreensão do que precisamos fazer com a suspensão para tentar melhorar o carro também e tirar peso dele porque nunca chegamos aos limites de peso em 2022", disse o designer da Red Bull, Adrian Newey, que participou da criação de alguns dos carros de F1 mais dominantes da história.
"O carro deste ano é a terceira evolução do RB18 original. Agora, o que não sabemos, claro, é [se] a terceira evolução é demasiado conservadora, enquanto outros fizeram algo diferente. Simplesmente não se sabe".
Quer seja um novato ou um fã incondicional da Fórmula 1, a DStv é o destino final para os desportos motorizados neste ‘Sinal Aberto’ e muito mais. Liga e religa a tua conta DStv para assistir à toda acção do desporto motorizado, incluindo o Moto GP e as maiores ligas europeias de futebol (Ligas dos Campeões Europeus, La Liga, Série A e a incrível Liga Inglesa).
A DStv, através da SuperSport, é a única e verdadeira casa de desporto em Moçambique, oferecendo uma gama e profundidade de acção que nenhum outro concorrente consegue igualar. É literalmente, ‘imbátivel’. A DStv também oferece uma ampla gama de opções de idiomas em português e inglês.
Detalhes da transmissão em Sinal Aberto da F1
Todos os horários
Grande Prémio Bahrain, 29 de Fevereiro – 2 de Março 2024
Quinta-feira, 29 de Fevereiro
13:30: Treino Livre 1 – EM DIRECTO na SuperSport Motorsport e SuperSport Máximo 1
17:00: Treino Livre 2 – EM DIRECTO na SuperSport Motorsport e SuperSport Máximo 1
Sexta-feira, 1 de Março
14:30: Treino Livre 3 – EM DIRECTO na SuperSport Motorsport e SuperSport Máximo 1
18:00: Qualificação – EM DIRECTO na SuperSport Motorsport e SuperSport Máximo 1
Sábado, 2 de Março
17:00: Grande Prémio Bahrain – EM DIRECTO na SuperSport Motorsport e SuperSport Máximo 1
Grande Prémio Arábia Saudita, 7-9 de Março 2024
Terça-feira, 7 de Março
15:30: Treino Livre 1 – EM DIRECTO na SuperSport Motorsport e SuperSport Máximo 1
19:00: Treino Livre 2 – EM DIRECTO na SuperSport Motorsport e SuperSport Máximo 1
Sexta-feira, 8 de Março
15:30: Treino Livre 3 – EM DIRECTO na SuperSport Motorsport e SuperSport Máximo 1
19:00: Qualificação – EM DIRECTO na SuperSport Motorsport e SuperSport Máximo 1
Sábado, 9 de Março
17:00: Grande Prémio Arábia Saudita – EM DIRECTO na SuperSport Motorsport e SuperSport Máximo 1
O Presidente da Comissão Executiva (PCE) do BCI, Francisco Costa, figura entre os dirigentes mais mediáticos em Moçambique, em 2023, ocupando a segunda melhor favorabilidade com 70,8 pontos e o sétimo lugar em volume de artigos.
A informação consta do mais recente estudo publicado pela Carma, uma empresa especializada em Media Intelligence e análise de informação de media, e que tem publicado estudos sobre os dirigentes de topo mais mediáticos em Moçambique, designados “CEO Media Report Moçambique”.
Esta edição foi elaborada tendo como base a informação publicada entre 01 Janeiro e 30 de Setembro de 2023, e foram contabilizadas 13.581 notícias publicadas na imprensa e via online.
Inovação, liderança, visão e criação de valor são alguns dos indicadores para a reputação do PCE do BCI que se destacou num conjunto de acções desenvolvidas pelo Banco, as quais incluem o apoio à cultura, à educação, ao desporto, à saúde, ao meio ambiente, para além da oferta de produtos e serviços inovadores ao mercado moçambicano, entre outros.
Através do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), a Procuradoria Geral da República (PGR) está a procura de matéria criminal na Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), através de dois processos-crime, apurou Carta de Moçambique.
O primeiro (processo n.º 06/11/P/GCCC/2023) foi autuado em Janeiro de 2023 e a investigação está relacionados com “a gestão da frota, mormente a venda de aeronaves, o seu aluguer e endividamento da companhia para aquisição de novo equipamento, operações de manutenção, bem assim, com processos de contratação de fornecedores, legitimidade da facturação paga e com a venda de activos sociais da companhia”, disse uma fonte autorizada.
No âmbito deste processo, a PGR já recolheu na LAM e noutras instituições “abundante documentação relacionada com os factos, que ainda está a merecer o devido tratamento”.
Também estão sendo inquiridas diversas entidades da empresa e de outras instituições para o esclarecimento dos factos.
A nossa fonte acrescentou que, a par disso, “no mês de Julho de 2023, entre outras diligências, o GCCC solicitou à Inspecção-Geral de Finanças e à Inspeção-Geral de Administração Pública a realização de auditorias às contas de gerência da LAM, cujos relatórios ainda se aguarda”.
Os factos relativos a este processo decorreram, para além de Moçambique, em 5 jurisdições estrangeiras, o que demandou o recurso à cooperação internacional para obtenção de prova, disse a fonte.
Por outro lado, de acordo com a informação colhida junto da mesma fonte, logo que no passado dia 12 de Fevereiro o GCCC tomou conhecimento pela imprensa de novos factos (designadamente, a aquisição de passagens aéreas nas lojas da LAM com recurso a terminais de POS pertencentes à terceiros e ainda a subfacturação na aquisição de combustíveis no voo Maputo-Lisboa), o gabinete autou imediatamente o processo nº 21/P/GCCC/2024, com vista ao esclarecimento da verdade material.
“A este processo foi junta a participação remetida pela empresa no seu dever de colaboração com a justiça”.
Ou seja, correm termos no GCCC dois processos-crimes visando o apuramento minucioso dos factos pelos quais a LAM tem sido notícia nos últimos tempos decorrentes da sua gestão. (Carta)
O governo sul-coreano, através da sua Agência de Cooperação Internacional (KOICA), comprometeu-se a desembolsar quatro milhões de dólares ao Programa Mundial de Alimentação (PMA) para apoiar os deslocados internos na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
O acordo de desembolso foi assinado quarta-feira em Maputo, pelo director da KOICA em Moçambique, Jinjoo Hyun, e pela directora do PMA em Moçambique, Antonella D'Aprile.
O dinheiro será entregue ao PMA como parte do projecto intitulado “Melhorar a segurança alimentar e a resiliência das comunidades vulneráveis na contribuição para o nexo Humanitário-Desenvolvimento-Paz em áreas frágeis do norte de Moçambique”.
O projecto ocorre num momento em que a violência extrema, levada a cabo por terroristas islâmicos em algumas regiões de Cabo Delgado, tende a aumentar, forçando mais pessoas a procurar abrigo em centros de reassentamento.
Um registo preliminar de pessoas deslocadas nos últimos dias que se dirigiu para a província de Nampula, segundo as autoridades, ultrapassa 30 mil. O conflito deixou muitas pessoas vulneráveis à fome e à subnutrição, especialmente mulheres e crianças.
A subvenção sul-coreana também será utilizada para restaurar ecossistemas locais e fortalecer a resiliência da comunidade a eventos climáticos extremos em Cabo Delgado durante os próximos três anos, bem como para capacitar as vítimas em linha com esforços mais amplos de estabilização e construção da paz.
“Este projecto, implementado no âmbito do Programa de Conflitos e Fragilidade, aumentará a resiliência de 50.000 beneficiários e apoiará os seus esforços para construir um futuro pacífico e resiliente, dando prioridade aos agregados familiares chefiados por mulheres”, disse Hyun.
Hyun acredita que a nova onda de ataques terroristas em Cabo Delgado tem potencial para causar mais deslocamentos, pelo que a intervenção é “urgentemente” necessária.
Por sua vez, D'Aprile disse que os fundos serão utilizados para criar oportunidades de geração de rendimentos nas cadeias de valor agrícola e pesqueira, com especial enfoque na capacitação das mulheres e dos jovens.
“As comunidades enfrentaram desafios significativos nos últimos anos e, através deste programa, pretendemos apoiá-las para se tornarem mais auto-suficientes”, disse D'Aprile, acrescentando que o apoio da Coreia do Sul, que tem sido um parceiro firme do PMA em Moçambique, contribui para o desenvolvimento e resiliência a longo prazo do povo. (AIM)
O filósofo Severino Nguenha apelou à união de todos os moçambicanos para vencer o terrorismo que volta a intensificar-se em Cabo Delgado, causando mortes, deslocados, destruição, dor e insegurança, quatro meses depois da morte do líder terrorista, o moçambicano Bonomade Machude Omar. Nguenha faz o apelo numa altura em que, no seu entender, há tribalismo e desunião no seio dos moçambicanos.
Falando esta quinta-feira (22) em Maputo, no lançamento do Ciclo de Sessões de Conversa e Reflexão sobre Nação e Moçambicanidade, organizado pelo Moza Banco, o filósofo começou por explicar que todos os países desenvolvidos que querem mostrar o seu poderio ao mundo recorrem à África. Nesse contexto, continuou Nguenha, tem-se assistido nos últimos anos a muitas cimeiras organizadas por essas potências com países africanos. Destacou as cimeiras Estados Unidos da América – África, Rússia-África, França-África, China-África, Índia-África, Turquia-África e, recentemente, a cimeira Itália-África, cujo objectivo das nações organizadoras é a aproximação aos países do continente.
Entretanto, para o filósofo, a presença dessas potências em África não é muitas vezes bem-vinda. Segundo Nguenha, a presença dessas potências tem criado conflitos de interesses, principalmente económicos, com o objectivo de explorar os recursos existentes nos países africanos, o mais barato possível. De entre vários conflitos, o filósofo que falava perante uma plateia constituída por outros académicos, como Professor Nataniel Ngomane, a escritora Paulina Chiziane, funcionários do Moza Banco e estudantes de várias universidades, destacou o terrorismo em Cabo Delgado, que tem matado, deslocado, destruído e criando dor e insegurança desde Outubro de 2017.
“A presença dessas potências no continente provoca um clima de instabilidade. Eles correm à busca de recursos apetecíveis do seu interesse e, fazendo isso, eles provocam conflitos, tal como acontece hoje na República Democrática do Congo, no Sahel, a divisão do Sudão, da Somália etc., e são esses conflitos de interesse que provocam o que estamos a assistir em Cabo Delgado. Estamos a assistir a um conflito, em que os interesses económicos ligados ao petróleo levam a que potências que não queiram intervir directamente para defender os seus interesses suscitam conflitos para tirar benefícios de que estão interessados”, afirmou Nguenha.
Posto isto, apelou para uma maior união entre os moçambicanos numa altura em que, no seu entender, a nossa convivência é marcada pelo tribalismo exacerbado pelo conflito em Cabo Delgado. “Temos que dizer todos os dias que somos moçambicanos e queremos ser moçambicanos e pretendemos pertencer à nação moçambicana. Mas para poder dizer que somos moçambicanos temos de ter razões objectivas, temos de pensar que ser moçambicano é melhor que ser de uma República de Cabo Delgado, por exemplo. Moçambicanidade é já”, apelou o professor.
No mesmo diapasão, a renomada e laureada escritora Paulina Chiziane disse que, por causa dos conflitos que se assistem no país nos últimos anos, os moçambicanos estão à deriva e apelou para a necessidade de o país “parar e perguntar aos ancestrais” que soluções para os actuais problemas. Na sequência, Chiziane explicou no debate que, antes da chegada do colono, os moçambicanos tinham hábitos e costumes que eram elementos unificadores. Entretanto, deu a entender que, com a colonização, globalização, esses hábitos e costumes foram perdidos, o que provoca conflitos.
Num outro desenvolvimento, a escritora disse que os moçambicanos estão nos últimos anos a sofrer uma nova colonização baseada na religião. “Já previa há 10 anos que estava iminente uma nova colonização, a religiosa. Entretanto, ninguém percebeu, pelo contrário fui bastante criticada por essa afirmação. Até houve igrejas que fizeram missas alegadamente para expulsar o demónio que tomava conta de mim, o que me levou a fazer tal afirmação. Mas hoje, vemos uma igreja em cada esquina do país, principalmente na zona sul. Cada uma dessas igrejas tem as suas ideologias que, ao fim e ao cabo, roubam a liberdade dos fiéis”, disse Chiziane.
Entretanto, para evitar essa colonização, a escritora apelou para que cada moçambicano recue para o passado para apreender como era a vida. “Como diz o ditado, se não sabes para onde vais, pára e pergunte aos ancestrais”, afirmou Chiziane. Durante a Reflexão sobre como reconstruir e construir a moçambicanidade, interveio também Nataniel Ngomane. O académico que também é Presidente do Fundo Bibliográfico de Moçambique dissertou sobre a moçambicanidade construída pelos primeiros 1200 estudantes que em 1977 foram estudar em Cuba. Falando da sua experiência naquele país, Ngomane apelou aos moçambicanos para serem mais solidários e principalmente sociais, como forma de construir a moçambicanidade. O socialismo é, na verdade, “o modus vivendi” de Cuba.
Para o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Moza Banco, João Figueiredo, a reflexão que se pretende seja replicada é lançada numa altura em que, à medida que o mundo se torna cada vez homogéneo, enquanto moçambicanos, corremos o risco de perder aquilo que nos torna únicos, que são as nossas tradições seculares, os nossos costumes enraizados, os nossos valores ancestrais.
“Mas enquanto Moza, o Banco que carrega a marca do orgulho moçambicano, erguemo-nos de forma destemida porque não queremos ser meros receptores de informação. Queremos reafirmar Moçambique enquanto país com cultura e valores sociais colectivos cintilantes. Mas para isso, é preciso que tranquemos as portas e olhemos primeiro para nós mesmos. É preciso que reflictamos sobre nós e voltemos a ter um propósito comum enquanto povo, porque acreditamos que a moçambicanidade não é apenas uma identidade, é um tesouro nacional que se deve proteger a todo o custo”, afirmou o Figueiredo. (Evaristo Chilingue)
O Governo moçambicano prevê recorrer a financiamentos públicos e privados para suportar os investimentos de 80 mil milhões de dólares (73 mil milhões de euros) da Estratégia de Transição Energética (ETS) até 2050, incluindo emissão de dívida soberana.
“Dada a magnitude do financiamento necessário” para implementar a ETS, “serão utilizadas diversas fontes de financiamento e instrumentos financeiros”, incluindo “instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais”, descreve o documento, a que a agência Lusa teve hoje acesso.
“Para a utilização da dívida soberana para financiar projetos da ETS, será essencial coordenar esforços para que a capacidade de endividamento do país não seja comprometida e que a estratégia de financiamento seja adaptada à realidade fiscal de Moçambique”, alerta.
Acrescenta que o ETS “representa uma visão ambiciosa para transformar e expandir o sistema energético” de Moçambique, que “proporcionará um impacto significativo e duradouro ao povo” e “impulsionará a industrialização e apoiará os esforços regionais e globais para combater as alterações climáticas”.
“Garantir o financiamento para os principais ativos e equipamentos de infraestruturas é vital para concretizar este impacto. Os programas ETS envolvem uma série de investimentos e necessidades de financiamento, desde projetos de infraestruturas e custos de equipamento, tais como uma barragem hidroelétrica ou soluções de cozinha limpa, até custos programáticos, tais como reformas regulamentares”.
Refere igualmente que o Governo desenvolveu uma estimativa inicial do financiamento necessário para grandes projetos e que outros, ainda em fase inicial de conceção, bem como custos programáticos, não estão incluídos nesta estimativa inicial.
“A estimativa inicial indica que os investimentos necessários para a ETS requerem mais de 80 mil milhões de dólares entre 2024 e 2050. A maior parte do financiamento antes de 2030 destina-se ao setor elétrico, sendo a energia hidroelétrica e a expansão da rede responsáveis pela maior parte”, aponta.
Já o desenvolvimento de parques fotovoltaicos e eólicos terrestres para ligação à rede nacional “também representará investimentos importantes, mas exigirá principalmente financiamento após 2030”.
Além da produção de energia na rede em grande escala, a promoção de soluções de acesso à energia e a descarbonização dos transportes são descritos no documento como “elementos vitais a garantir no financiamento” e que só a expansão das mini redes elétricas – fora da rede nacional - exigirá entre mil a dois mil milhões de dólares.
“A implementação de sistemas solares domésticos até 500 milhões de dólares e a implementação de soluções de cozinha limpa até 500 milhões de dólares. A descarbonização dos transportes deverá envolver consideravelmente mais capital. Haverá também uma vasta gama de despesas programáticas que requerem financiamento através de subvenções, a serem definidas como iniciativas ETS, que serão detalhadas mais tarde”, lê-se.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou na cimeira do clima, em dezembro passado, que a ETS vai colocar o país na “vanguarda da inovação climática”.
“Esta iniciativa não apenas coloca Moçambique na vanguarda da inovação climática, como também o posiciona como um destino de investimento atrativo sustentável”, disse o chefe de Estado, após intervir, em 02 de dezembro, num dos painéis da cimeira da ONU sobre o clima (COP28), que está a decorrer no Dubai.
O Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique anunciou em 27 de novembro investimentos de 80 mil milhões de dólares (73 mil milhões de euros) na Estratégia de Transição Energética, a implementar até 2050.
No período 2024 a 2030, o Governo moçambicano prevê adicionar 3,5 GigaWatts (GW) de nova capacidade hidroelétrica através da modernização das centrais existentes e da conclusão do projeto hidroelétrico Mphanda Nkuwa.(Lusa)