Governação é gestão sustentável de recursos, a bem dos cidadãos. Os recursos financeiros do Estado usado pelos governos (centrais e municipais) são, normalmente, provenientes das contribuições fiscais das empresas e cidadãos.
O caso do Yuri Mendes faz-me lembrar que Moçambique tem 66% de jovens. O que equivale dizer que a maioria dos moçambicanos procuram uma oportunidade para trabalhar (auto-emprego, tarefeiro ou empregado). Apesar desta verdade, nada indica que algum governo (central ou municipal) tenha engendrado planos para enquadrar os jovens no desenvolvimento do país.
Pior ainda, estes governos (central ou municipal) desencorajam qualquer iniciativa gerada pela juventude. Normalmente, os governantes escondem a sua incompetência na lei (não está licenciado, não paga impostos, não tem qualidade, não tem sanidade, etc ) devido à sua mentalidade fixa (fixed mindset), tipo: “quem vos autorizou a pensar nessa solução? Nós é que fomos eleitos ou nomeados para fazer isso”.
A outra desculpa dos “dirigentes“, e repetida por investidores, é que os jovens nacionais recém-formados não têm qualidade cognitiva. A minha experiência como gestor, cuja maioria de colaboradores é de primeiro trabalho (emprego), é que estes jovens têm muito potencial. Temos jovens de diferentes origens, províncias, raças, religiões, extractos sociais, escolas nacionais e estrangeiras e posso garantir que o nível de sucesso é de 99%.
Este sucesso faz-me repensar: são as escolas ou o sistema nacional de ensino que não são bons? Ou serão os receptores/empregadores destes jovens que não têm qualidade para garantir o seu enquadramento saudável?
Não importa a qualidade dos ingredientes, se o cozinheiro for incompetente o resultado será medíocre. A luta continua!
Amade Camal