Numa altura em que se anunciam excelentes perspectivas de desenvolvimento a partir do gás de Cabo Delgado e a criação de um fundo soberano, os moçambicanos deveriam viver um tempo de união de esforços para sairmos do marasmo da política de “país sentado”, de reunião pós-reunião.
A dura vivência no pós-Independência, até poderia actuar como um “calmante” para contrariar a ideia de que, “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, pois quando na nossa terra nos alimentávamos apenas de xima e carapau, a racionalidade, relacionamento e moçambicanidade eram outros. Independentemente da política e das “politiquices”!
Mas agora...
Disse uma vez o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres: “quando há um problema, muitos querem ser parte dele. Eu prefiro fazer parte da solução desse problema”! Eu subscrevo.
Mas, infelizmente, face às problemáticas eleições municipais, muitos moçambicanos não demonstram estar de acordo com esse posicionamento.
Os factos e factores da modernidade, independentemente das filiações e preferências políticas, que deveriam apontar para o entendimento e avanço desta Pérola do Índico, infelizmente estão a actuar no sentido inverso.
Porque é, então, que este balão de desentendimento político está a crescer, não se vislumbrando como e quem poderá (re)estabelecer a normalidade, numa altura em que, ao que tudo indica, apenas os Mambas que se qualificaram pela quinta vez a um CAN e as meninas do boxe nos trazem motivos de alegria?
Estaremos a ser justos para com nós próprios, não subalternizando o facto de, para lá diferenças partidárias, o país reunir bases para ser cada vez melhor? Não há segredos nem ciências ocultas para reverter esta situação. Somente aquele que se ama a si próprio é capaz de amar o próximo, sobretudo tratando-se de um compatriota.