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domingo, 20 agosto 2023 18:49

Feiras de Saúde ou de Tira-Babalaza?

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-    Onde entra o desporto, sai a doença – Samora Machel
 
-    O desporto pode criar esperança onde outrora só havia desespero. É mais poderoso que os governos na destruição de barreiras raciais. O desporto ri na cara de todos os tipos de discriminação - Nelson Mandela
 
-    No desporto, quem mais perde é quem não o pratica - Harold Falcão
 
Um qualquer PCA orienta as comemorações do aniversário da empresa. Para dar nas vistas, tenta unir o inútil (exercícios de tira-babalaza) ao agradável, um banquete que tem que acontecer.
 
Assim sendo, lá teremos uma mini-maratona com distribuição de camisetes e bonés, para serem ostentados e filmados e uma feira de saúde. Tudo isso, claro, irá culminar no aguardado jantar de gala, em que a babalaza ficará para ser tirada na corrida do ano seguinte.
 
Quem ficará a ganhar com estes tipo de programas, que primam pela “macaquice de imitação”?
 
O desporto, em nada se beneficia. A saúde dos cidadãos – salvo os que praticam regularmente exercícios físicos – muito menos. E nem as crianças usufruem dessas oportunidades para uma olimpíada juvenil que poderia representar uma ´injecção´ desse vício saudável que é o desporto.
 
E SE RECORDAR É (RE)VIVER...
 
As Léguas 24 de Julho e do Natal; os Torneios da LAM; as grandes festas dos 25 de Junho e de Setembro, mais as datas comemorativas da OMM e OJM, eram algumas das datas em que se juntavam sinergias e, obrigatoriamente, se realizavam mesclas de provas recreativas e competitivas – até internacionais – com o apoio das grandes empresas nacionais!
 
Unia-se o útil ao agradável. Cultivava-se um “vício” competitivo, nos agradáveis momentos de confraternização, com as empresas a darem visibilidade às suas marcas. Paralelamente, movimentavam-se e uniam-se trabalhadores e familiares.
 
Em Angola há a São Silvestre; em Portugal a Corrida na Ponte do Rio Tejo; e e Boston a tradicional Maratona mundial, só para referenciar um pouco do que acontece por todo o Mundo. São provas tradicionais, para as quais jovens e velhos se preparam física e psicologicamente o ano inteiro.
 
Estamos a falar de atletismo, mas poderíamos referir modalidades em que a mescla competitiva e recreativa, projecta o país, criando ao mesmo tempo, hábitos salutares da prática do desporto.
 
Nós, se retomássemos esses hábitos salutares, não estaríamos a inventar nada. Talvez a inventariar uma prática que já foi regular entre nós, também registando datas-mãe e momentos épicos da nossa querida República.

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