A vida está difícil na Pérola do Índico. Tudo está caro. Os bolsos do pacato cidadão estão cada dia mais vazios. O poder de compra das famílias perdeu-se, porque tudo subiu, até a agulha. Agora, sabem porque as pessoas que determinam o rumo das nossas vidas não são abrangidas e nem sentem estas situações lastimáveis? É porque os políticos neste país não pagam nada. Não gastam nenhum suor, nem a caixola para pensar. O que sabem é ler discursos e assinar documentos, alguns dos quais nem chegam a ler.
Alguns chegam a ter mais de sete empregos e fontes de renda, de tal sorte que nenhuma subida influencia na sua vida. Imagine um determinado dirigente ou assessor de um governante que é:
-Deputado;
-Professor Universitário;
- Gerente de uma empresa;
- Assessor jurídico de três ou quatro empresas, entre algumas multinacionais;
- Sócio de três a quatro empresas;
- Assessor do Ministro X ou Z;
- Proprietário de três condomínios;
- Secretário de A ou B do Partido Frelimo;
- Membro do Conselho de Administração não executivo, entre outras coisas – este pode sentir que a vida está cara?
- Obviamente que não, porque, além disso, tem combustível grátis, não paga nas portagens, tem empregados até para lhe entregarem escova na casa de banho, não paga renda de casa, não gasta nenhum tostão para comprar comida, faz business de isenções fiscais, pagam-lhe subornos para facilitar esquemas, está sempre no AC e sendo conduzido para tudo que é canto, tem ADC que pega o guarda-chuva no sol e na chuva, entre outras!
E para apimentar mais, em todos os locais, o Beltrano recebe. E acredite, não recebe abaixo de 100 mil Meticais. Lembram-se da guerra dos salários em dólar, na Electricidade de Moçambique (EDM)? Quando burocráticas da instituição decidiram que queriam receber na moeda da terra do Tio Sam. Se o documento não vazasse e os outros dolarcratas ordenassem que não se procedesse dessa maneira, os homens já estavam habituados a trabalhar em Moçambique e dormir em Sandton, na África do Sul.
Aqui eles vão subir tudo que lhes der na gana e depois afirmarem na nossa cara que este produto, a nível da região, em Moçambique é que está mais barato – o que na verdade é tudo falacioso. Porque um trabalhador como da Tongaat que em Moçambique trabalha mais que o trabalhador da mesma empresa na África do Sul, recebe quatro vezes menos que o da terra do Rand. O nosso salário mínimo aqui acaba antes de sair da folha do salário.
A culpa disso tudo vai ser do Idai, Kenneth, Covid-19 e agora a mãe de todas as nossas desgraças: a guerra entre Rússia e Ucrânia. Como se questiona, se a culpa é sempre dos outros ou das calamidades. O que os nossos governantes fazem (para além de produzir pobres) para que situações de género não sejam regulares? Quando passaram a fazer mais e melhor para que não se procure sempre uma fuga para frente e o problema morrer sem culpado?
O engraçado é que mesmo quando não havia conflito entre os ex-irmãos soviéticos – aqui o demónio já ministrava missas. A fome já governava vidas. Então, porque tantas justificações para subir ou inflacionar produtos que durante anos enganaram-nos que produzíamos, quando, na verdade, apenas embalamos e colocamos o rótulo de fabricado na Matola – tanta máfia num só país. Aqui Escobar virava aluno com menos aproveitamento!
Hoje o óleo de cozinha de 5 litros que rondava os 380 MZN subiu para 800 e de lá para 1050 MZN. Arroz - 25Kg que nas missivas ministeriais se dizia até há pouco tempo que seríamos autossuficientes de repente subiu dos 1250 MZN para 2200 MZN. A farinha de milho, o trigo, carapau, açúcar, água mineral, vinagre e até a magumba da Costa do Sol ou Zalala deixou de custar cinco vinte Meticais para 50 MZN. A culpa é da guerra Rússia - Ucrânia, enche a boca o político-governante e diz sem pestanejar e, no final de tudo, ele tem todos estes produtos sem gastar nenhum tostão do seu salário e subsídios infindáveis!
A verdade é aquela dita por Pio Augusto Matos, Governador da Zambézia, que disse de viva voz que eles, membros da Frelimo, Partido governamental desde 1975 e em exercício actualmente em Moçambique, eram os actuais colonos, exploravam os outros, faziam sofrer o povo, que dizem estar a governar!
Ouvindo e vendo isso, obviamente fica claro que ninguém está interessado em melhorar a vida do povo moçambicano. A culpa será das cheias, ventos, das guerras que nunca acabam e não da mão leve do governante que foi pegar na mola do “gringo” e não fez o melhor para o povo, mas gastou sem piedade chupando as tetas de uma samambaia da terra de Mácron. Das nossas opções erradas e alteradas porque confiamos alguém com batinas e um amuleto religioso na mão para garantir a verdade na leitura dos resultados das nossas induzidas ou forçadas escolhas!