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quarta-feira, 17 junho 2020 08:03

ONG denuncia detenção ilegal de dois jornalistas da Vilankulo TV

O Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA- Moçambique) denunciou ontem a detenção ilegal e confiscação de material de dois jornalistas na província de Inhambane, sul do país. Paulino Vilankulo e Yassin Vilankulo, da estação on-line Vilankulo Televisão (VTV), foram detidos ilegalmente quando reportavam um acidente de viação naquele distrito, segundo uma nota distribuído hoje pelo Misa.

 

Segundo a organização de defesa de liberdade de imprensa, os dois jornalistas foram levados para o comando provincial local, onde terão sido "molestados e obrigados a apagar todas as imagens e gravações que continham nos aparelhos".

 

"Os jornalistas suspeitam que a polícia já estivesse à procura de uma oportunidade para os deter, tendo em conta que aquela televisão nunca foi bem vista pela polícia, desde que iniciou as emissões", acrescenta a nota.

 

Segundo a organização, o comandante distrital da PRM em Vilankulo, Carlos Nhaca, reconheceu o "erro cometido", mas disse que os jornalistas não foram molestados.

 

"Face ao sucedido o MISA Moçambique condena com veemência o comportamento da PRM e apela às autoridades policiais para investigarem e responsabilizarem os autores pelos maus tratos, confiscação e destruição dos materiais jornalísticos em causa", concluiu a organização.

 

Este é o segundo caso de detenções de jornalistas neste mês no país.

 

A 8 de junho, Arsénio Sebastião, correspondente da Deutsche Welle (DW), e Jorge Malangaze, um jornalista 'freelancer', foram detidos, acusados pelo Gabinete de Combate a Corrupção Provincial de terem recebido subornos para não publicarem uma matéria relacionada à violação das regras do estado de emergência num estabelecimento hoteleiro em Sofala, centro de Moçambique.

 

Os dois jornalistas de Sofala seriam restituídos à liberdade no dia 10 de junho, depois de o tribunal local entender que eles não chegaram a levar o dinheiro e que não há elementos de prova sobre a alegada chantagem ao proprietário do estabelecimento: Manuel Ramissane, deputado do partido no poder (Frelimo). (Lusa)

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