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segunda-feira, 13 janeiro 2020 04:16

Moçambique vai entregar narcotraficante paquistanês aos “gringos” e esperam-lhe 40 anos de prisão

Depois de, a 09 de Dezembro de 2019, Tanveer Ahmed ter desistido de interpor recurso ao acórdão de 15 de Maio de 2019 – no qual a Secção Criminal do Tribunal Supremo autorizava a sua extradição para os Estados Unidos da América – eis que a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu, na passada sexta-feira (10), um comunicado de imprensa dando conta que o cidadão em questão será extraditado para Texas.

 

No comunicado, a PGR informa que o cidadão paquistanês, Tanveer Ahmed, vai ser extraditado para ser julgado no Tribunal do Sul de Texas, pelos crimes de tráfico de drogas cuja moldura penal abstrata de prisão é de 40 anos. A PGR diz que está a efectuar diligências com vista à entrega do extraditando aos EUA nos termos da Lei.

 

Tanveer Ahmed foi detido em Janeiro de 2019, na sua residência na Cidade da Matola, após ter sido ilibado pelo Tribunal Judicial de Cabo Delgado, na mesma semana, já que – segundo o colectivo de juízes – na altura não existiam evidências do seu envolvimento no caso em questão. Referir que, nessa ocasião, foram condenados o queniano Abraham Msee Mussa, a dois anos de prisão por uso de documentos falsos e o tanzaniano Kassimo Ali Selemane Abubakar, a 18 anos de prisão efectiva, por tráfico de drogas. Ainda nessa ocasião, um companheiro tanzaniano de Tanveer Ahmed, de nome Adamo Mussa Munhamane, também foi absolvido.

 

Entretanto, através de um mandado de captura emitido pela Justiça americana, Tanveer Ahmed foi novamente detido. De fontes próximas do processo, “Cartaˮ apurou que o que “tramou” o narcotraficante foi o seu telemóvel apreendido aquando da detenção em Pemba, onde foram achadas mensagens trocadas com juízes, agentes da polícia e políticos influentes ligados ao partido no poder.

 

No telemóvel de Tanveer Ahmed, segundo adiantou a fonte, há todas as provas de como funcionava a rede que actua em Moçambique, África do Sul, Quênia, Paquistão, Afeganistão e outros países. Há quem acredite que a desistência do paquistanês em recorrer à decisão do Tribunal Supremo visa delatar os outros implicados na rede de tráfico de drogas que nos últimos dias se revelou “uma montanha maior que o Everest e Binga juntos”, após a apreensão de cidadãos iranianos e paquistaneses na Baía de Pemba, transportando heroína e Ice.

 

Esta extradição surge numa altura em que William Vitto, um cidadão norte-americano de 85 anos, foi condenado a 16 anos de prisão, por posse e transporte de drogas no Aeroporto Internacional de Maputo, em Maio de 2019. Uma situação que confirma os relatórios que colocam Moçambique como um dos principais corredores da heroína e outras substâncias químicas e nocivas, oriundas da Ásia com destino para Europa e outros países. (O.O.)

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