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sexta-feira, 23 novembro 2018 03:00

Águas de Maputo: sociedade extinta depois de 20 anos de prejuízos financeiros

Há um ano da sua extinção (Novembro de 2019), a sociedade anónima Águas da Região de Maputo acumula um défice de 769.987.891,00 Mts. Por outras palavras, em 20 anos de existência não houve distribuição de dividendos aos acionistas, entre os quais Raul Domingos e Armando Guebuza. O enorme prejuízo, segundo o Presidente do Conselho de Administração das Águas da Região de Maputo, José Ferrete, significa uma “falência técnica” e não dá espaço a qualquer tipo de distribuição de dividendos aos acionistas, de acordo com o Código Comercial no seu artigo 109, não obstante a empresa continue com a sua missão social de garantir o abastecimento de água às populações das cidades de Maputo, Matola e vila de Boane.

O PCA da sociedade, com 73% de ações da FIPAG, representando o Estado, e os restantes 27% do grupo MAZI integrando empresas e interesses totalmente nacionais, entende que os prejuízos financeiros da empresa têm a haver essencialmente com as perdas de água atualmente na taxa de 40% do que é produzido, mas também associado aos custos elevados de químicos e acessórios adquiridos no estrangeiro. “A natureza social do negócio que não visa o lucro, mas sim a sustentabilidade da empresa, concorre para os prejuízos financeiros”, explicou José Ferrete. Como uma das formas de mitigar a situação, Ferrete revelou que está em curso, há pouco mais de um mês, um projeto piloto de montagem de 5000 contadores pré-pagos, a concluir-se até ao primeiro trimestre do próximo ano, em todas as áreas operacionais.

A nossa fonte disse que no âmbito do projeto, orçado em 119.000.000 Mts, foram já montados 600 contadores pré-pagos de diferentes modelos e marcas para se apurar qual se adequa a nossa realidade. Acredita-se que os contadores pré-pagos venham a reduzir a taxa de clientes que consomem água gratuitamente. Com pouco mais de 800 trabalhadores, a Águas da Região de Maputo tem uma capacidade de produção instalada de 240.000 metros cúbicos por dia, mas devido à escassez do precioso líquido de momento apenas 160. 000 mil metros cúbicos estão a ser fornecidos a 250 mil clientes beneficiando 2 000.000de pessoas nas cidades de Maputo, Matola e vila de Boane. (G.S.)

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