Arlindo Severiano Chissale, que nos últimos meses se destacou como defensor de Venâncio Mondlane, após ter abandonado a RENAMO juntamente com Raul Novinte em Nacala, está incomunicável há sete dias.

 

Fontes familiares disseram à "Carta" que não têm informações sobre o seu paradeiro desde o dia 7 de Janeiro, a mesma data em que informou que partiria da cidade de Pemba em direcção a Nacala-Porto, onde vive com a família.

 

Frequentemente, por motivos político-partidários, relacionados ao Podemos e anteriormente a Coligação Aliança Democrática (CAD), Arlindo Chissale deslocava-se à província de Cabo Delgado. Ele apareceu em público no dia 2 de Janeiro, quando ao lado do coordenador do Podemos em Cabo Delgado repudiou o assassinato bárbaro do chefe de mobilização do Partido no distrito de Montepuez.

 

No dia em que Chissale viajava para Nacala- Porto, não se sabendo em que viatura seguia, houve dificuldades de trânsito após populares de Intutupue bloquearem a passagem, na sequência da morte a tiros de um indivíduo na sua residência, supostamente por elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR).

 

Através da sua conta no Facebook, a irmã de Arlindo Chissale, de nome Severina Chissale, denunciou a falta de comunicação com o irmão há quase uma semana, o que deixa a família extremamente preocupada.

 

Ela escreveu que a família temia o pior, pedindo o seu corpo caso tivesse sido morto. A publicação, que recebeu muitos comentários foi compartilhada por várias pessoas, incluindo Macário Chissale (irmão), que implorou: "Volta para casa, mano Arlindo Chissale".

 

Arlindo Chissale, que se “emprestou” à política, é jornalista, tendo começado pela Rádio Comunitária local e depois como gestor das plataformas digitais do Pinnacle News onde com outros colaboradores divulgaram vários acontecimentos do país e do mundo. Nos últimos anos destacou-se na divulgação dos principais acontecimentos sobre os ataques terroristas e das incidências do Teatro Operacional Norte em Cabo Delgado.

 

"Carta" apurou que outros dois destacados membros do Podemos estão desaparecidos em circunstâncias também pouco claras. Um deles é da vila de Chiúre e o outro do distrito de Namuno. Este último foi supostamente capturado na semana passada, enquanto viajava numa viatura “chapa-cem” de Montepuez à cidade de Pemba. (Carta)