Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

quarta-feira, 22 agosto 2018 15:13

Mulheres de luz

A inauguração da Central Termoelétrica de Maputo (o maior empreendimento energético da EDM e do Governo nos últimos 30 anos), esta manhã na antiga Sonefe, nos arrabaldes da capital, carregava dois elementos distintivos: era o último acto de Mateus Magala, o PCA da EDM parte agora para Abidjan, cooptado pelo BAD; e o desabrochar em Moçambique da tecnologia de ciclo combinado usando o gás natural de Temane, operada maioritariamente por mãos femininas. Isto é, dos 68 trabalhadores jovens da Central, metade são raparigas formadas no Japão durante a construção do empreendimento. São mulheres de luz.


Elas detêm todo o know how de operação e manutenção. Têm especialidade nas engenharias química, mecânica e elétrica. O papel destas jovens técnicas foi destacado na pequena brochura de ocasião. Justamente: dar poder a mulheres deve ser desiderato de nossas políticas de desenvolvimento Chame-se-lhe política de igualdade de género ou outra coisa qualquer. A EDM de Magala fez essa aposta, e está cumprindo. Hoje, a EDM tem 21 mulheres em cargos de liderança (entre 108 elementos que comandam direcções, departamentos e delegações).


A central inaugurada, orçada em 180 milhões de USD (167 milhões mobilizados do Japão como crédito confessional da JICA de 40 anos e 10 de graça a uma taxa de juro de 0.01% ao ano mais uma comparticipação da EDM de 13 milhões de USD de fundos próprios) vai melhorar a qualidade da electricidade que consumimos no sul. Nos últimos anos, o crescimento imobiliário em Maputo e Matola (incluindo empreendimentos gigantescos como a nova sede do Banco de Moçambique) colocaram maior pressão na rede da EDM, reduzindo a qualidade da electricidade de consumo doméstico. A nova central resolve esse dilema, colocando-se como um grande centro de redundância. Ou seja, a área metropolitana do grande Maputo sofrerá menos apagões. Aquelas mulheres cuja fotografia encima este texto têm a responsabilidade de garantir que a central não falhe.


Mas agora que Mateus Magala está de abalada depois de catapultar a empresa para inesperados patamares de referência em gestão para resultados, o Governo tem nas mãos uma batata quente: encontrar criteriosamente, dentro ou fora da EDM, um gestor capaz de manter seu circuito de alto desempenho em acção. Hoje, no evento que terá também sido seu derradeiro acto público na empresa, Magala não quis colher os louros sozinho. Ele destacou seus colaboradores e os três ministros dos Recursos Minerais e Energia com quem trabalhou: Pedro Couto, Lectícia Klemens e o actual Max Tonela. E mencionou o apoio "incansável e incondicional do Senhor Yano", o antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão. 
Quem quer ser o novo PCA da EDM?

Sir Motors

Ler 1838 vezes