No início desta semana, “Carta” noticiou que cerca de quatro mil trabalhadores da Açucareira de Xinavane estão em greve desde 31 de Janeiro último, reivindicando o reajuste salarial e o pagamento de bónus referentes aos últimos dois anos.
Esta quinta-feira, voltamos a entrar em contacto com um dos manifestantes, Adino Salvador. Em conversa telefónica, o trabalhador contou que está quase a terminar a segunda semana de greve, mas a Tongaat Hulett, empresa que gere a Açucareira, ainda não satisfez as necessidades dos trabalhadores, embora continue a dar promessas. Como consequência, a greve continua.
“Antes de ontem [terça-feira], alguém da Direcção contactou os trabalhadores. Voltou a prometer resolver. Disse que na próxima segunda-feira iria ter mais uma reunião com o Director. Enquanto isso não acontece, nós continuamos a fazer greve”, afirmou Salvador.
Salvador dedica-se à produção de cana-de-açúcar em toda a sua cadeia há 15 anos naquela unidade fabril. Contou ao Jornal, lembre-se, que a greve resulta do silêncio à preocupação dos trabalhadores, apresentada em carta encaminhada, em Agosto de 2021, à direcção da Tongaat Hulett.
Em concreto, os trabalhadores em greve exigem o reajuste salarial dos 4.500 Meticais para 7.000 Meticais. Além disso, desde 2020 não auferem o bónus referente ao alcance de metas de produção de cana-de-açúcar, por campanha.
Salvador integra um grupo de chefes de famílias, de idades que variam entre 25 a 65 anos. Para este grupo a satisfação das necessidades é uma exigência urgente.
A Tongaat Hulett Moçambique é um dos maiores empregadores do sector privado, no sector da agricultura em Moçambique. De capitais sul-africanos, opera no país desde 1998, com 88% de participação na Açucareira de Xinavane e 85% de participação na Açucareira Mafambisse. As restantes participações são pertencentes ao Estado moçambicano. (Carta)z