O endividamento público, em relação a todo o crédito concedido pela banca, disparou no primeiro semestre de 2021, tendo o facto continuado a manchar o sistema financeiro moçambicano.
Dados publicados recentemente pelo Banco de Moçambique no Boletim de Estabilidade Financeira indicam que, no período em análise, o saldo da dívida pública situou-se em 848.8 biliões de Meticais, o equivalente a 87,11% do Produto Interno Bruto (PIB).
“O rácio do crédito ao Governo sobre o crédito total sofreu um incremento de 4,89 pp para 44,65%, em Junho de 2021”, lê-se no referido boletim.
O Banco Central justifica esse sobre-endividamento com o incremento das despesas resultantes, principalmente, dos gastos do sector da saúde e acção social, tendo em vista a contenção da pandemia da Covid-19 e a mitigação dos efeitos sobre a renda das famílias, assim como por conta das despesas militares.
Em contrapartida, no período em referência, o Banco de Moçambique observou que as despesas elevadas do Governo não foram compensadas pelas receitas fiscais. Em última análise, o regulador do sistema financeiro nacional afirma, no relatório, que o elevado endividamento continuou a ser “uma vulnerabilidade que afecta” o sistema financeiro nacional.
Para além da dívida pública, o Banco de Moçambique relata, em informe semestral, que a baixa confiança do país no mercado internacional; os factores climáticos adversos; a instabilidade militar nas regiões Centro e Norte do país e a pandemia da Covid-19 também tornaram o sistema financeiro moçambicano vulnerável no primeiro semestre de 2021. (Carta)