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segunda-feira, 27 janeiro 2025 07:49

REVIMO retoma cobranças nas portagens à “meio-gás”

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Depois da concessionária sul-africana TRAC (Trans African Concessions) ter retomado, na quinta-feira, a cobrança nas portagens de Maputo e Moamba, agora é a vez da Rede Viária de Moçambique (REVIMO) retomar hoje as cobranças nas portagens instaladas em todas as estradas por si geridas.

 

O anúncio do regresso das portagens nas Estradas Circular de Maputo; Beira-Machipanda, Maputo-Ponta D’Ouro, Boane-Bela-Vista, Macie-Macaretane e Macie-Praia do Bilene, foi feito no último sábado, em comunicado imprensa, no qual a concessionária defende que os “recursos mobilizados através de portagens garantem a manutenção das infra-estruturas rodoviárias”.

 

No entanto, contrariamente ao anúncio “pomposo” da retoma, no terreno a realidade é outra. Na Estrada Circular de Maputo, por exemplo, as cancelas continuam abertas e sem qualquer sinal de haver trabalhos para retoma das cobranças.

 

Os condutores continuam sem pagar sequer um tostão nas portagens de Cumbeza, Zintava, Costa do Sol e Matola-Gare, enquanto na Portagem da KaTembe paga quem quiser. Até ontem, “Carta” havia apurado que a REVIMO ia retomar as cobranças nas Praças da KaTembe, Mudissa (Boane), Ponta D’Ouro e Costa do Sol pelo facto de terem sofrido poucos danos. Porém, debalde!

 

Nas restantes portagens do Grande Maputo, a concessionária sequer mobilizou os trabalhadores, visto que os protestos de Dezembro último deitaram abaixo todos equipamentos e, até hoje, não há sinais de obras de reabilitação para a retoma dos pagamentos.

 

As portagens da REVIMO estavam inoperacionais desde Dezembro passado, quando um grupo de manifestantes destruiu parcialmente quase todas as praças geridas por aquela sociedade anónima, no âmbito dos protestos pós-eleitorais.

 

Tal como se verificou com o anúncio “pomposo” da TRAC, a comunicação da REVIMO não foi bem recebida pelos utentes das estradas geridas pela REVIMO, sobretudo na região do Grande Maputo, onde a REVIMO gere cinco portagens, sendo quatro da Estrada Circular de Maputo (numa via de 70 Km) e outra na Ponte Maputo-KaTembe.

 

A concessão da Estrada Circular de Maputo à REVIMO e consequente instalação das praças de portagens nunca foi bem recebida nas autarquias de Maputo, Matola e Marracuene – os municípios por onde atravessa a Estrada –, sobretudo pelo facto de a referida estrada ser fruto de uma dívida pública e não de investimentos da concessionária, por um lado, e pelas taxas aplicadas pela concessionária, por outro.

 

Aliás, as críticas à concessionária têm subido de tom a cada dia devido à baixa qualidade dos serviços oferecidos pela empresa, desde a falta de sinalização (vertical e horizontal) das estradas até às deficiências na iluminação, aspectos que colocam em causa a segurança dos utentes da via.

 

A cobrança na Estrada Circular de Maputo, lembre-se, iniciou no dia 01 de Fevereiro de 2022. O preço mínimo da travessia das portagens da REVIMO é de 40,00 Meticais por cada viagem, sendo que não existem vias alternativas aos locais com portagens, tornando-se uma obrigação o seu pagamento.

 

Refira-se que a TRAC e a REVIMO anunciaram a retoma das cobranças num cenário em que o segundo candidato mais votado das eleições presidenciais Venâncio Mondlane, o rosto da maior contestação popular desde a independência do país, anunciou a continuidade do livre-trânsito em todas as portagens do país por um período de 100 dias.

 

Na retoma das portagens da TRAC, por exemplo, milhares de condutores recusaram-se a pagar as taxas e centenas de moradores dos bairros Luís Cabral, na Cidade de Maputo, e Trevo, no município da Matola, juntaram-se para protestar contra a medida, bloqueando a EN4 e obrigando a passagem de automobilistas sem tirar sequer um tostão. (Carta)

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