Inaugurada há três meses pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, a fábrica de tijoleiras Safira Moçambique Lda., localizada no distrito da Moamba, província de Maputo, sofreu a destruição de equipamento de produção no passado dia 05 de Dezembro corrente, num acto levado a cabo por trabalhadores da empresa no que foi descrito como uma greve.
Durante a suposta greve, os trabalhadores espancaram colegas chineses e, como consequência, a empresa diz não estar a operar normalmente. “Os funcionários organizaram uma greve, reuniram-se na oficina de produção para destruir equipamento de produção e usaram barras de ferro para espancar os técnicos chineses. Os técnicos estavam sob grande pressão mental e não conseguiam trabalhar normalmente e neste período, os equipamentos da empresa utilizavam gás natural. Sem desligar o equipamento e o gás natural, os técnicos chineses e alguns funcionários locais da linha de produção foram obrigados a abandonar a oficina à força", lê-se num comunicado da empresa.
A empresa descreve que a situação era muito má, tanto mais que "os grevistas não sabiam que o gás natural estava em risco de explosão, o que traria enormes riscos de segurança para as imediações da fábrica".
De acordo com a fonte, durante o período da greve, houve também casos de queima de pneus; triciclos a gasóleo, avaria de veículos dos funcionários da empresa e dos equipamentos das linhas de produção. A empresa diz que os equipamentos destruídos deverão ser adquiridos e importados de outros países, num ciclo relativamente longo.
Devido à tensão pós-eleitoral, a Safira diz que o transporte e a logística de Moçambique estão paralisados, fazendo com que os produtos da empresa fiquem retidos no armazém e não possam ser expedidos normalmente.
"O armazém está cheio, o desempenho da comercialização de produtos diminuiu seriamente e os revendedores locais não conseguem abrir negócios normalmente; as vendas de produtos da empresa estão sob uma tremenda pressão competitiva externa, dado que o governo moçambicano não restringiu a importação de revestimentos cerâmicos, as tarifas são muito baixas e, como resultado, a maioria dos clientes ainda dá prioridade a esses produtos”.
A Safira Mozambique Ceramic, Lda. é uma empresa pioneira no país neste ramo de actividade, com um investimento avaliado em 140 milhões de USD, sendo, por isso, tida como uma das maiores unidades do género em África.
No acto de inauguração, o Chefe do Estado disse que o empreendimento representa um ponto de partida para a diversificação da economia e das exportações, substituição das importações e estímulo à criação de emprego e renda para jovens, particularmente, mulheres, nas zonas rurais.
Nyusi disse na ocasião que a indústria transformadora iria adicionar valor às empresas locais, diversificar as fontes de fornecimento e assegurar a poupança de divisas com importações de tijoleira e azulejos na ordem de 12,7 milhões de USD. (Evaristo Chilingue)