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quinta-feira, 15 agosto 2024 08:20

Economia começa a sentir algum impacto da redução das taxas de juro – CTA

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A economia está a começar a sentir o impacto da redução das taxas de juro feita pelo Banco de Moçambique. Contudo, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) continua a queixar-se da escassez de moeda estrangeira no sistema financeiro.

 

Em briefing económico, o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, disse que, do ponto de vista do desempenho macro-económico, a Confederação constatou uma ligeira desaceleração da actividade económica durante o primeiro trimestre.

 

O cenário veio a ser corrigido pela tendência de crescimento da actividade empresarial verificada no segundo trimestre, fruto da desaceleração da inflação média trimestral de 6,02% no primeiro trimestre, para 4,6% no segundo trimestre.

 

A situação também foi influenciada pelo início do ciclo de redução das taxas de juro de política monetária (vulgo taxa MIMO), anunciada pelo Banco de Moçambique, tendo saído de 17,25% em Janeiro, para 15% em Junho.

 

“Estas medidas terão influenciado na redução das taxas de juro dos mercados financeiros que, embora de forma tímida, vão reconquistando uma certa confiança no seio da classe empresarial. Estes factores resultaram no aumento do Índice do Ambiente Macroeconómico em cerca de três pontos percentuais, passando de 45% no primeiro trimestre, para 48% no segundo”, disse Vuma.

 

Segundo o Presidente da CTA, o Índice de Robustez Empresarial cresceu em um ponto percentual e passou a fixar-se em 31%, reflectindo a média ponderada dos índices provinciais.

 

Da avaliação feita pela CTA, os principais factores que determinaram estes resultados foram o início da campanha de comercialização agrícola e o início da época de exportação de produtos como o algodão, elencados como aspectos positivos que induziram este crescimento. Como aspectos negativos, a CTA diz ter registado o relativo aumento dos insumos no sector agrícola e o aumento dos custos com a logística.

 

Apesar do impacto da redução das taxas de juro, a Confederação diz persistirem divergências entre os pronunciamentos do Governador do Banco de Moçambique e a constatação da CTA sobre o agravamento do acesso a divisas no mercado nacional, como factor bastante negativo e que influencia nas transacções empresariais, particularmente aquelas que dependem do comércio internacional. Apesar desta estabilidade cambial, a CTA diz que a circulação e/ou disponibilidade de divisas está aquém do desejado, para sustentar a actividade empresarial.

 

“Só para ilustrar, a menor disponibilidade de divisas que se tem registado no nosso mercado deriva das novas medidas de restrição cambial adoptadas pelo Banco de Moçambique, que resultam em restrições no pagamento das facturas de importação pelas empresas e, consequentemente, na tendência de redução do volume de importações, como se pode provar com a queda média mensal de 2,3% de Janeiro a Fevereiro, e de 2,5% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o período homólogo de 2023”, disse Vuma.

 

Acresceu que a base de geração de moeda externa são as exportações, que se mostram bastante frágeis. A este respeito, excluindo os Grandes Projectos, nota-se que a cobertura das exportações sobre importações está estimada em 20%. Seguindo o mesmo raciocínio, significaria que o défice da oferta de divisas sem os grandes projectos atinge os 80%.

 

“Do lado do Mercado Cambial Interbancário, os dados mostram que, no primeiro semestre de 2024, registou-se uma queda de permuta de liquidez estimada em 82%, resultando no aumento das necessidades não satisfeitas das empresas em moeda estrangeira, que atingiram cerca de 400 milhões de dólares em Junho”, explicou Vuma. (Evaristo Chilingue)

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