Esta manhã em Maputo a SIMO Rede esteve reunida em Conselho de Administração no exacto momento em que o Governador Rogério Zandamela esteve a prestar informação na AR. Zandamela anunciou no parlamento uma solução sem consultar os restantes accionistas da SIMO Rede. Ele disse que um novo provedor iria ser contratado para implantar novo software. Não detalhou se o processo passaria por concurso. Nem disse o nome. Carta de Moçambique sabe que se trata da Euronet.
O anúncio de Zandamela agudizou uma relação de mal estar entre o banco central e os bancos comerciais sobretudo no tratamento deste caso. A opção para um novo provedor arrastaria a crise por cerca de um ano, tempo necessário para implantação de um sistema totalmente a partir do zero, com largas perdas para a banca comercial.
A escolha da Euronet, sem concurso nem consulta, enervou as principais "boardrooms" da banca em Maputo, que sempre consideraram que a solução mais prudente era pagar a BizFirst, ganhando-se tempo para a contratação de novo provedor. O nome da empresa já estava na mesa dias atrás mas ninguém esperava que ela entrasse agora para fazer a actual gestão de contingência em função da crise. A Euronet é a actual provedora para banca electrónica do BIM.
O que Zandamela anunciou no parlamento corresponderia a uma "solução-ponte", em que os bancos se integrariam na rede do BIM, transitoriamente, até que a implantação do novo software ficasse concluída daqui a meses. Essa perspectiva de integração de todos na rede do BIM (alegadamente rejeitada pelo BIM) levantava considerandos de ordem comercial, de acordo com uma fonte sénior de um dos bancos afectados.