Os residentes do distrito de Palma em particular e da província de Cabo Delgado em geral já podem, desde sábado, ir e voltar do país vizinho, a Tanzânia, através da fronteira de Namoto, mercê da sua abertura pelas autoridades tanzanianas. O lado moçambicano já estava aberto há bastante tempo, mas faltava a parte tanzaniana.
Para os comerciantes de Palma-sede, trata-se de um passo positivo porque vai permitir a retoma da circulação da população com normalidade e acelerar as trocas comerciais entre os dois países.
Momade Salimo, comerciante informal na vila de Palma, comentou à "Carta" que este é o fim do calvário por parte de muitos operadores económicos que recorrem à vizinha República de Tanzânia para trocas comerciais, uma vez que eram obrigados a usar fronteira de Negomano, no distrito de Mueda.
"Abriram a travessia para a Tanzânia, não há problemas, apenas precisam pessoas para passar. Assim estamos satisfeitos, mesmo do lado de Tanzânia estão a gostar, acho que o distrito vai desenvolver, a gente estava mal, usar Negomano atrasava muito as coisas", disse, acrescentando: "a partir desta segunda-feira, já há visto para Tanzânia, mas também o Permit já funciona".
Um outro residente de Palma-sede considera que a abertura da fronteira de Namoto do lado tanzaniano vai igualmente permitir o regresso de famílias deslocadas àquele país, aquando do ataque terrorista.
A fronteira de Namoto, distrito de Palma, deixou de funcionar quando os terroristas lançaram um ataque à vila de Palma em meados de 2021, obrigando igualmente a paralisação dos projectos de gás.
Falando a jornalistas, o administrador de Palma, João Buchili, caracterizou a situação de segurança como sendo boa, afirmando que actualmente a população se movimenta até 30 quilómetros, por exemplo, sem escolta das Forças de Defesa e Segurança e seus aliados do Ruanda. (Carta)