A despesa da empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) aumentou no ano passado, apesar de fortes medidas de contenção de gastos, evidencia o Relatório e Contas da empresa referente ao exercício económico findo a 31 de Dezembro de 2022.
Perante a conjuntura económica desfavorável a nível regional e do mundo, devido concretamente a vários factores negativos como ciclones, incidentes ferroviários do tipo descarrilamentos, fraca oferta da carga ferroviária e o conflito geopolítico entre a Rússia e a Ucrânia, o Conselho de Administração dos CFM afirma no informe que centrou as medidas de gestão no esforço de contenção e racionalização de custos operacionais.
O destaque dessas medidas de austeridade para 2022 foi para o controlo do consumo de combustíveis na operação; controlo dos custos de aluguer de material circulante (vagões e locomotivas – determinou a redução do aluguer de locomotivas em detrimento de uso de material próprio); e o controlo dos custos de manutenções, priorizando a segurança das operações.
Apesar dessas medidas, a despesa dos CFM aumentou, com destaque para os gastos com pessoal e com os fornecedores de serviços e bens. Se em 2021, a empresa despendeu 5.7 milhões de Meticais com o pessoal (salários, remunerações, ajudas de custos entre outros), em 2022, o valor subiu 2.1 milhões de Meticais, situando-se em 7.8 milhões de Meticais.
Com os fornecedores, os CFM gastaram 6.3 milhões de Meticais em 2021, mas em 2022 os gastos subiram para 7.7 milhões de Meticais, um incremento em 1.4 milhão de Meticais.
O resultado líquido (lucro) dos CFM em 2022 situou-se 2.3 mil milhões de Meticais, contra 3.3 mil milhões de Meticais registados em 2021, o que representa uma redução de mil milhão de Meticais. Esse lucro resultou do manuseio de 12.3 milhões de toneladas líquidas (na área ferroviária) e cerca de 13,21 milhões de toneladas métricas na esfera portuária. (Evaristo Chilingue)