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quinta-feira, 06 julho 2023 10:30

Moçambique defende maior uso de ferrovia para estancar congestionamento na fronteira com África do Sul

mateus magala

O Governo moçambicano defendeu ontem (05) o recurso ao transporte ferroviário pelos exportadores sul-africanos de minérios para o fim das longas filas de trânsito rodoviário na província de Maputo, apontadas como causa de assaltos a automobilistas.

 

“Vamos usar os caminhos-de-ferro também como solução” para os problemas de mobilidade que se registam no trajecto entre a vila de Ressano Garcia, na fronteira entre a África do Sul, e o porto de Maputo, disse à comunicação social o ministro dos Transportes e Comunicação, Mateus Magala, à margem da inauguração de dois guindastes móveis no porto de Maputo.

 

Em causa estão falhas de serviços fronteiriços na África do Sul que têm provocado quilómetros de filas de camiões pesados na fronteira de Komatipoort-Ressano Garcia (Lebombo) para entrar em Moçambique, uma situação que aumentou os casos de assaltos na região, segundo as autoridades moçambicanas.

 

O governante apontou a maximização do uso de um porto seco (em terra) instalado em Ressano Garcia e de parques de espera dos camiões, como parte da solução para os engarrafamentos que se registam naquele trajecto.

 

“O porto seco está a ser usado, podia ser usado ainda mais”, enfatizou o ministro.

 

Sobre o relato de assaltos a automobilistas moçambicanos na África do Sul, Mateus Magala avançou que os governos dos dois países têm discutido possíveis soluções para o problema, apontando o desemprego como uma das causas da criminalidade.

 

“É um problema sério e os dois governos, os dois nossos países irmãos, estão à procura de soluções sustentáveis (…) Há muito desemprego e certamente que há muita inquietação social, mas nós estamos confiantes que vamos ultrapassar isto”, frisou.

 

As autoridades sul-africanas têm anunciado intervenções no sistema de registo na principal travessia entre os dois países, a 100 quilómetros de Maputo e a 450 de Joanesburgo, o que tem provocado paralisações por várias vezes nas últimas semanas.

 

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, a situação deve-se a um aumento extremo do fluxo de camiões registado nos últimos dois anos, sendo actualmente de cerca de dois mil por dia, contra a média de 600 camiões nos anos anteriores. (Lusa)

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