Moçambique está a trabalhar para eliminar as fronteiras físicas no transporte ferroviário com o Malawi e o Zimbabwe, como uma das estratégias para reduzir o tempo de trânsito nos corredores ferroviários do país.
Segundo o vice-ministro dos Transportes, Amilton Alissone, a medida visa simplificar procedimentos para tornar os Corredores de Nacala e Beira mais competitivos. O Corredor de Nacala liga o porto de Nacala, no norte de Moçambique, ao Malawi, enquanto o Corredor da Beira liga o porto da Beira ao Zimbabwe.
Alissone falava semana finda na cidade de Lilongwe, no Malawi, no fim de um encontro tripartido entre Moçambique, Malawi e Zâmbia, que discutiu o desenvolvimento do Corredor de Nacala.
A vontade do governo moçambicano de eliminar as fronteiras ferroviárias com o Malawi e o Zimbabwe surge na sequência da eliminação das fronteiras ferroviárias com a África do Sul, a 1 de Julho do ano passado, e com E-swatini, a 8 de Agosto.
Ao abrigo do acordo com a África do Sul, os comboios operados pela companhia ferroviária moçambicana CFM e pela sua congénere sul-africana Transnet Freight Rail (TFR) atravessam a fronteira em Ressano Garcia sem restrições e sem necessidade de mudança de locomotivas. Ao abrigo do mesmo acordo, o Corredor de Maputo, numa fase inicial, passou a movimentar 21 comboios de crómio e ferro-crómio por semana, contra os 15 comboios semanais anteriores.
Com E-swatini, foi retirada a fronteira ferroviária para o transporte de mercadorias ao longo da linha de Goba, que liga os dois países. Já circulam comboios directos de e para o porto de Maputo, operados pelos CFM e E-swatini Railways.
As duas companhias ferroviárias esperam dobrar, de dois para quatro, o número de trens diários de carvão que utilizam a linha de Goba. A quantidade de carvão transportada ao longo da linha aumentará de 3.600 para 7.200 toneladas por dia. (AIM)