Os produtores de citrinos do Zimbabwe vão escoar as suas exportações com destino aos países do Médio e Extremo Oriente através do Porto da Beira, embora as suas exportações para a China continuem a passar por Durban.

Os produtores avançaram em embarques experimentais de trinta contentores de limão que sairão do segundo maior porto de Moçambique em Abril, seguidos por outros 30 em Maio. Sessenta contentores de laranjas também serão exportados em Junho.

De acordo com o portal Fresh Plaza, os produtores de Beitbridge, na fronteira com a África do Sul, também se vão juntar ao ensaio, enviando para a Beira 70% dos 500 contentores de laranjas previstos para exportação, evitando o Porto de Durban durante o seu pico de fluxo de citrinos.

O Conselho de Desenvolvimento de Horticultura do Zimbabwe (HDCZ) e a Associação de Produtores de Citrinos do Zimbabwe estão actualmente discutindo o teste com várias companhias marítimas. A Presidente do Conselho da Administração da HDCZ, Linda Nielsen, disse que Beira é um porto bem administrado e os produtores estão cautelosamente optimistas sobre o teste.

O Banco Mundial classificou o Porto da Beira como o porto com melhor desempenho na África Austral. O porto também escoa os minerais extraídos na Zâmbia e na República Democrática do Congo através do Oceano Índico.

A Cornelder de Moçambique, pertencente à empresa holandesa Cornelder Holdings, é concessionária dos terminais de carga e contentores do Porto da Beira há mais de vinte anos. “O Porto da Beira percorreu um longo caminho nos últimos anos. No futuro, também estaremos olhando para outros sectores para passar por lá também”, disse Nielsen.

Ela disse que os custos terrestres e os processos de exportação de Beitbridge para a Beira serão testados nesta temporada, para determinar a viabilidade da rota, antes de aumentar os volumes.

“Espera-se que voltem à Beira camiões que normalmente estariam vazios, que possam levar citrinos para tornar barato o custo”, disse Nielsen.

Referiu ainda que os desafios no porto de Durban durante a última temporada atrasaram as exportações do Zimbabwe em três semanas, impactando a estreita janela de comercialização dos produtores para vencer o Peru na Europa.

“Por isso procuraremos incentivar o investimento em instalações de armazenamento com sistema de frio na Beira, se funcionar”, concluiu Linda Nielsen. (Carta)